Saturadas com Informação

Hoje, as nossas crianças são saturadas com informação. Aprendem demasiado cedo a utilizar as novas tecnologias e, ao contrário de há alguns anos, começam a aprender a ler, a escrever e a contar numa idade em que nós só pensávamos em brincar. As estatísticas revelam que uma criança com sete anos de idade é bombardeada com mais informação do que um Imperador no auge do Império Romano. A medicina diz-nos que, numa idade tão tenra, não tem capacidade nem maturidade para processar e filtrar o que vê e ouve.

Desde muito cedo, os nossos filhos carregam mochilas pesadas às costas, têm horas marcadas para tudo e um sem-número de actividades que visam mantê-las sempre ocupadas enquanto os pais se desunham a trabalhar para lhes garantir tudo-e-mais-alguma-coisa. Nunca, em época alguma, as crianças tiveram tantos “brinquedos” e precisaram tanto de calmantes, anti-depressivos, psiquiatras e psicólogos.

Hiperactividade, é o nome usado para desculpar a má-educação e mascarar a incapacidade dos pais que não conseguem educá-las, corrigi-las e impor-lhes regras. Cada vez mais nervosas, irritadiças, birrentas e aceleradas, constrangem os pais a dar-lhes tudo o que querem e, para as verem caladas, eles acabam por trocar o não pelo sim e por ceder a tudo e mais alguma coisa.

 Dar presentes em excesso, segundo um estudo recente, só prejudica crianças e adolescentes oferecendo-lhes migalhas de prazer momentâneo e habituando-as a uma vida de facilitismo que desconhece restrições e o significado de um não.

 Não fui criada assim, não criei os meus filhos assim, e olho com apreensão para as crianças, adolescentes e jovens que crescem nestas condições. Outro desafio que tenho vivido, como cristã, mulher e mãe, prende-se com as dificuldades que os nossos filhos, educados à luz da Palavra de Deus, autênticas aves raras nestes dias modernos, vivem na escola onde passam a maior parte do seu tempo.

 Será que fui só eu a debater-me diariamente com o dilema de dizer não e com a má educação, formatação e informação que os nossos filhos recebem na Escola, onde passam a maior parte do dia?

 Vivemos num mundo onde se grita que não existem verdades absolutas e que tudo é relativo. Invoca-se a Ciência onde esta nada pode provar e a Física diz- nos que sem absoluto (velocidade da luz), não existe relatividade. Mas, o que é que podemos esperar de um mundo que a cada dia que passa se afasta mais de Deus e idolatra egos?

 Todos nós andámos na escola. Tenho dois filhos mais velhos, a Luciana e o Cláudio, de 38 e 35 anos, respectivamente, mas nunca, como hoje, assuntos que eram da esfera íntima de cada  família estiveram tão presentes e tão activos no meio escolar e até nos manuais de ensino.

 Num mundo que se diz pós-cristão, onde impera a relatividade, onde a verdade se transformou em mentira e a moral em “caretice”, faz parte da matéria curricular, por exemplo, ensinar às nossas crianças que ninguém nasce homem ou mulher, que a homossexualidade, transsexualidade e todos os demais desvios sexuais são normais, tão normais como ser heterossexual, porque, segundo eles, ninguém nasce heterossexual, e apelidam-se de intolerantes, homofóbicos e uma infinidade de fóbicos, todos aqueles que continuam a dizer que tudo o que fuja do normal, natural e garante da sobrevivência da humanidade (sexo é entre um homem e uma mulher) é pecado aos olhos do Deus Criador.

 Sempre ensinei os meus filhos a respeitarem todas as pessoas pelo simples facto de serem pessoas, seja qual for a sua opção/orientação sexual, etnia ou cor de pele, e é nossa obrigação, como cristãos, ensiná-los a amar o próximo como a si mesmos.

Isso não significa concordar com estas “normalidades” anormais e aceitar que tentem formatar a mente dos nossos filhos segundo o curso deste mundo e a subcultura lgbtqia+.

 Cada vez mais cedo – a partir dos três anos – os manuais de ensino despertam os nossos filhos para a sexualidade. E não é uma sexualidade saudável. É uma sexualidade promíscua na qual os pequeninos são ensinados que não nascem menino ou menina, que sexo [género] é algo que eles mesmos escolherão, e que basta tomar medidas de prevenção para evitar gravidezes indesejadas, algumas doenças sexualmente transmissíveis e, “bola prá frente que atrás vem gente!”

 Como se não bastasse o mundo lá fora, os meios mais usados para educar os nossos filhos nos infantários e mesmo em casa, lamentavelmente, são as novas tecnologias. A fim de os entreter, entregamo-los à ama televisão e à Internet dos quais absorvem tudo – tanto o bom como o mau.

O Covid19 e a consequente quarentena forçada vieram mostrar que há pais e mães que já não suportam passar dias inteiros a cuidar dos filhos e se queixam disso mesmo nas redes sociais…

Para além disso, no plano espiritual, há uma falta de conhecimento generalizada sobre certas práticas, aparentemente inofensivas, mas que podem “matar” os nossos filhos física e espiritualmente. Práticas orientais como o Yoga, agora disfarçado com o nome chique “Mindfulness”, e o Reiki, estão a ganhar terreno nas creches e nas escolas do nosso País e, já há escolas, onde a meditação (Mindfulness) faz parte da aula. É horrível ver tantos pais a comprar livros com exercícios de Yoga para os seus filhos.

Como diz o ditado popular: “de pequenino se torce o pepino!”. Hoje, tal como no jardim do Éden, Satanás continua a sussurrar ao ouvido das pessoas: “Certamente não morrereis”, que é o mesmo que dizer: “Não faz mal, é inofensivo!”

 Em todas as farmácias, lojas de produtos naturais, clínicas públicas ou privadas, etc., encontramos literatura sobre os benefícios da Yoga, do Reiki e de mais algumas “medicinas alternativas” provenientes do Hinduísmo. Jogos bastante perigosos, mental e espiritualmente, são jogados diariamente na escola e no computador.

É sobre estes e outros assuntos que pretendo escrever, alertar, e informar os pais que educam os seus filhos segundo os valores judaico-cristãos e que realmente desejam que eles cresçam felizes e saudáveis. Afinal, os filhos são bênçãos do Senhor, que Ele nos emprestou para amarmos, cuidarmos e instruirmos no Seu caminho.

Pensem nos valores morais completamente esquecidos; na desobediência ostensiva; na linguagem que os mais jovens usam em casa, na rua e nos transportes públicos; no conceito deturpado de família; na quantidade de filhos que insulta e agride os pais; na falta de respeito pelos mais velhos e uns pelos outros; no aumento do Bullying nas escolas; no alcoolismo e nas demais drogas que os consomem; na ansiedade; nas depressões; na dependência das novas tecnologias; etc.

 O que é que desejam para os vossos filhos?

Como é que podemos prepará-los para resistir à doutrinação de homens que querem ganhá-los para eles, para as suas causas e ideologias?

Lembre-se:

“A coroa dos velhos são os filhos dos filhos; e a glória dos filhos são seus pais.” — Provérbios 17:6

Maria Helena Costa

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