A História moderna do controle educacional – A destruição do Cristianismo

O teólogo que tentou matar Hitler - Instituto Humanitas Unisinos - IHU
 Dietrich Bonhoeffer,
teólogo alemão executado por tentar assassinar o Führer.

A religião não estava livre da conspiração de Hitler. Sob a direcção de Alfred Rosenberg, declarado pagão e anticristão, “o regime nazi pretendia por fim destruir o cristianismo na Alemanha”. [1] Martin “Bormann, um dos homens mais próximos de Hitler, disse publicamente em 1941:

“O nacional socialismo e o cristianismo são irreconciliáveis.” [2]

Embora ouçamos muito a respeito da supressão do pensamento judeu, pouca atenção é dada ao mais formidável rival do nazismo – o cristianismo. O correspondente de guerra Shirer escreveu:

“Sabemos agora o que Hitler planeava para os cristãos alemães: a completa supressão da sua religião”. [3]

A agência de inteligência interna da SS, a polícia nazi, “considerava o cristianismo organizado um dos maiores obstáculos para o estabelecimento de um Estado verdadeiramente totalitário.” [4]

Quando Martin Niemöller usou o púlpito para expor a política radical de Hitler e as implicações amplas da sua cosmovisão. “ela sabia que toda a palavra falada era relatada pelos espiões nazis e pelos agentes secretos”. [5] No livro I was in hell Niemoeller [Eu estive no inferno com Niemöller] Leo Stein descreve de que maneira a Gestapo juntou provas contra Niemöller:

Ora, a acusação contra Niemöller foi inteiramente baseada nos seus sermões, que os agentes da Gestapo estenografaram. Mas em nenhum dos sermões o pastor Niemöller exortou a sua congregação a derrubar o regime nazi. Ele apenas levantou a sua voz contra algumas das políticas nazis, em particular aquela direccionada contra a igreja. Ele até evitou criticar o próprio governo nazi ou os seus funcionários. Sob o governo anterior os seus sermões teriam sido interpretados apenas com um exercício do direito de liberdade de expressão. Agora, entretanto, as leis escritas, não importando quão explícitas fossem, estavam sujeitas à interpretação dos juízes.

Dever sagrado de denunciar o mal

No sermão de 27 de Junho de 1937, Niemöller deixou claro para os presentes que tinha o dever sagrado de denunciar os males do regime nazi, não importando as consequências:

Tal como os apóstolos do passado, não temos nenhuma intenção de usar os nossos poderes para escapar do braço das autoridades. Não estamos mais dispostos a ficar em silêncio sob o comando de homens quando Deus nos manda falar. Porque é o caso, e assim deve permanecer, de que devemos obedecer mais a Deus do que ao homens.

Alguns dias depois ele foi preso. O seu crime? “Abuso do púlpito.”

Próximo artigo: A História moderna do controle educacional – Igrejas confinadas


Excerto do livro: “Quem controla a Escola governa o mundo“, de Gary DeMar
[1] Shirer, Rise and Fall of the Third Reich, p. 240.
[2] Shirer, Rise and Fall of the Third Reich, p. 240.
[3] William Shirer, The Nightmare Years: 1930-1940. Boston, MA: Little, Brown and Company, 1984, p. 156.
[4] Donald D. Wall, “The Lutheran Response to the Hitler Regime in Germany”, org. Robert D. Linder; God and Caesar: Case Studies in the Relationship Between Christianity and the State (Longview, TX: The Conference on Faith and History, 1971), p. 88.
[5] Basil Miller, Martin Niemoeller: Hero of the Concentration Camp, 5. ed. Grand Rapids, MI: Zondervan, 1942, p. 112.
Copiado de: Quem controla a escola governa o mundo, Gary DeMar, p. 20-21

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