COMO FALAR DE SEXO COM O SEU FILHO

Com honestidade e sensibilidade (ainda é cedo)

Como falar sobre sexo com os filhos - Entretenimento

A caminho do carro, depois de ter ido buscar os filhos à escola, a filha (9 anos) grita: “A minha melhor amiga quer ser lésbica”, e o filho (6 anos), dispara: “Como é que se fazem os bebés?” O pai quis saber mais e a filha contou-lhe que tinha visto um filme de educação sexual, na escola, que incentivava as crianças a “ir em frente e experimentar, mas com responsabilidade”. Entenda: responsabilidade, para as meninas, é tomar anti-concepcionais e, para os rapazes, usar o preservativo. O filho, entretanto, foi brincar e parece ter-se esquecido da dúvida que tinha.

Numa sociedade exageradamente sexual é tentador pensar que quanto menos se falar do assunto, melhor para todos. Esse pensamento não é só errado, ele também é perigoso. Entenda: os seus filhos não o ouvirão falar de sexo, mas, entretanto, você terá permitido que todos, excepto você, moldem o pensamento dos seus filhos sobre o assunto. Além disso, os seus filhos ouvirão falar de sexo na escola – na sala de aula e no recreio – no ATL, no parque e até na igreja, e ainda serão expostos a conteúdo sexual por meio dos média, redes sociais e nas prateleiras das livrarias.

Se você não falar do assunto com eles, eles estarão perdidos neste mundo e despreparados para lidar com aquilo que enfrentarão diariamente. A educação sexual dos seus filhos não pode resumir-se a um «guarde-se para o casamento». Os pais cristãos podem dizer aos seus filhos: «Deus sabe como você funciona melhor. Aprenda a confiar nEle nessa área e espere.» É um bom conselho, mas não é suficiente, pois não apresenta aos nossos filhos o contexto para o motivo que leva pessoas inteligentes e sensíveis da nossa sociedade a proporem uma abordagem completamente diferente em relação à sexualidade.

Dizer-lhes simplesmente que ter sexo antes do casamento, ou sentir atração por alguém do mesmo sexo, é pecado, não satisfaz jovens atentos, especialmente diante de tanta pressão para aceitarem os chamados estilos de vida alternativos.

Aqui está uma ilustração que pode usar para ajudar os seus filhos a desenvolverem uma visão positiva a respeito da sua própria sexualidade e organizar as mensagens que ouvem da sociedade. É uma ilustração simples, que apresenta uma estrutura para processar mensagens promíscuas ao mesmo tempo que valoriza a preciosidade que é a nossa sexualidade.

Comece por desenhar um círculo grande com um círculo menor dentro dele e diga: O contexto é tudo. Se o sexo [aponte para o círculo menor enquanto fala] for melhor compreendido dentro do círculo da biologia [aponte para o círculo maior], então, realmente não haverá diferença da cor do seu cabelo para a cor do cabelo do seu irmão.

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Se desejar colocar alguma questão adicional, contacte-nos por favor pelo email questoes@familiaconservadora.pt.

COMO FALAR DE SEXO COM O SEU FILHO

Com honestidade e sensibilidade (Introdução)

Como falar sobre sexo com os filhos - Entretenimento

As minhas conversas, sobre sexo, com os meus filhos foram surgindo à medida que eles colocavam dúvidas, ao ritmo deles. Infelizmente, a “Educação Sexual na Escola” foi o cavalo de Troia usado para acabar com a abstinência sexual, com a castidade e a pureza de meninos e meninas, e é apenas mais uma forma de incentivar crianças e adolescentes a iniciar a vida sexual demasiado cedo, a usar métodos anti-concepcionais, a pílula do dia seguinte e até o aborto, que lhes é incutido como mais um método anti-concepcional. 

Ninguém parece preocupado com o facto de crianças e adolescentes aprenderem demasiado cedo que matar outro ser humano no ventre materno é normal, que mais vale fazer isso do que ter um bebé indesejado. Dito por outras palavras: se um bebé vai atrapalhar os planos… Mata-se. Sim, eu sei que ensinam às crianças que o bebé não passa de um monte de células, blá, blá, blá, mas todos eles sabem que já passaram por esse estágio e que quando a mãe engravidou do mano se referia a ele como o meu bebé. Além disso, brevemente, com as propostas que vão surgindo por parte dos partidos de esquerda para a mulher ter direito a abortar cada vez mais tarde… Crianças e adolescentes rapidamente assimilarão que a vida humana não tem valor algum.

Hoje, infelizmente, com a imposição da ideologia de género no ensino e a consequente erotização precoce das crianças – na Escola, na mídia e em tudo o que as rodeia – urge falar com elas sobre sexo desde muito cedo e o melhor, aliás, o único lugar para falar sobre isso é o lar. Os pais precisam entender que comportamentos que antes eram considerados perversos e/ou perturbações psicológicas, que exigiam acompanhamento psiquiátrico, são agora tratadas como comportamentos normais e desejáveis, e são protegidos por leis “contra a discriminação”, que mais não são do que a tentativa de silenciar todos aqueles que não entreguem os seus filhos nas mãos de adultos perversos, que o Estado usa para ocupar o lugar da família num movimento de radicalização e ruptura, com o propósito de criar cidadãos uniformizados, sem diferenças, sem diversidade, pluralismo e iniciativa familiar e pessoal, aquilo a que chamam: Perfil Do Aluno Á Saída Da Escolaridade Obrigatória. Ou seja: a Escola transformou-se numa linha de montagem de súbditos perfeitos.

Isso traz-me à memória o livro 1984, de George Orwell, e a descrição que ele faz acerca da dinâmica familiar ser tomada pelo partido para alimentar o espírito de mobilização do regime:

A família não podia ser totalmente abolida, por isso as pessoas eram até incitadas a gostar dos filhos, quase à velha maneira. As crianças, em contrapartida, iam sendo sistematicamente viradas contra os pais e ensinadas a espiá-los e a denunciar os seus desvios. A família convertera-se, afinal, numa extensão da Polícia do Pensamento. Dispositivo mediante o qual cada indivíduo acabava dia e noite rodeado de informadores que o conheciam na intimidade.

Com este quadro negro como pano de fundo e para ajudar os pais, que realmente se preocupam com os seus filhos e desejam o melhor para eles, decidi partilhar aqui os conselhos do Conselheiro e Psicólogo William P. Smith e recorrer a um ou mais psicólogos amigos para ajudar as famílias a cuidarem do bem mais precioso que Deus lhes confiou: os filhos.

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Onde é que errámos?

Filhos rebeldes, adultos bem-sucedidos - Sou Mamãe
Filhos rebeldes

Sou um pai desanimado. A minha mulher e eu esforçamo-nos ao máximo para ser bons pais, mas agora o nosso filho de 16 anos é teimoso, desrespeitador e desafiador. Ele está com problemas sérios com a lei e não fazemos ideia de onde foi que errámos.

Antes de se culpar por tudo o que aconteceu, insisto para que páre e pense no acontecido. Todos nós que trabalhamos com crianças temos observado que o comportamento rebelde de um adolescente; às vezes, não resulta dos erros ou das falhas dos pais, mas de más escolhas feitas por sua própria iniciativa. O seu filho pode ser um desses adolescentes.

Duas coisas ficam claras a esse respeito: Os pais aceitaram rapidamente que o crédito ou a culpa pela maneira como os filhos se comportam. As mães e os pais que criam jovens brilhantes inclinam-se a encher o peito e a dizer: «Vejam o que conseguimos!». Os que têm filhos problemáticos perguntam-se: «Onde foi que eu errei?». É bem provável que nenhuma dessas afirmações seja correcta. Embora os pais tenham uma grande influência na vida dos filhos, eles são apenas um componente na linha de montagem.

Os cientistas comportamentais têm sido demasiadamente simplistas nas suas explicações sobre o comportamento humano. Apesar das suas teorias em contrário, somos mais do que a qualidade da nossa alimentação e da herança genética e bioquímica. E, certamente, somos mais do que o agregado de influência dos pais.

Somos indivíduos únicos, capazes de pensamentos independentes, racionais e atribuídos a qualquer fonte. É isso que torna a educação de filhos tão desafiadora e gratificante. No momento em que pensamos conhecer completamente os nossos filhos, é melhor estarmos preparados… Algo novo vai aparecer no nosso caminho.

Qual é o papel que a hereditariedade desempenha no comportamento de um filho como o meu?

Há mais de um século que os especialistas em desenvolvimento infantil argumentam quanto à influência relativa da hereditariedade e do ambiente, ou o que tem sido chamado de controvérsia da “natureza-nutrição”. Agora, finalmente, essa questão pode ter sido estabelecida. Os pesquisadores na Universidade de Minnesota passaram muitos anos a identificar e a estudar 100 conjuntos de gémeos idênticos que foram separados logo depois de nascidos e que foram criados em culturas, religiões e locais diferentes por uma variedade de razões.

Em vista de cada conjunto de gémeos compartilhar a mesma estrutura genética, foi possível aos pesquisadores examinarem o impacto da herança comparando as suas semelhanças e diferenças em muitas variáveis.

A partir desses e outros estudos tornou-se claro que grande parte da personalidade, talvez 70% ou mais, é herdada. Os nossos genes influenciam qualidades como criatividade, sabedoria, bondade, vigor, longevidade, inteligência e até a alegria de viver [efn_note]BOUCHARD, Thomas J. eta I., “Sources of Human Psychological Differences: The Minnesota Study of Twins Reared Apart”, Science, 12 de Out. de 1990, p. 223.[/efn_note].

Vamos considerar os irmãos conhecidos como “gémeos Gem”, que ficaram separados até aos 39 anos de idade. As suas semelhanças eram surpreendentes:

  • Casaram com mulheres chamadas Linda;
  • tinham cães chamados Toy;
  • sofriam de enxaqueca;
  • fumavam compulsivamente;
  • gostavam de cerveja;
  • conduziam Chevrolets
  • eram sub-delegados
  • tinham um estranho sentido de humor

Por exemplo: ambos gostavam de fingir espirrar no elevador para ver como as pessoas reagiam [efn_note]“Twins Separated at Birth: The Story of Jim Lewis e Jim Springer”, Smithsonian Magazine, Out. de 1980.[/efn_note].

Este grau de semelhança na personalidade de gémeos idênticos, criados separadamente, mostra a notável influências das características herdadas.

A estrutura genética da pessoa é tida como influenciando até a estabilidade do seu casamento. Se um gémeo idêntico se divorcia, o risco do outro se divorciar também é de 45%. Todavia, se um gémeo fraterno se divorcia, por compartilhar menos da metade dos genes, o risco para o outro é somente 30% [efn_note]RITTER, Malcolm, “Study Suggests Genes Influence Risk of Divorce”, Associated Press, 27 de Nov. de 1992.[/efn_note].

O que é que essas descobertas significam?

Somos simples fantoches numa corda, desempenhando um curso pré-determinado sem vontade própria ou escolhas pessoais?

— Não. De modo diferente das aves e dos mamíferos, que agem segundo o instinto, os humanos são capazes de pensamento racional e acção independente. Não agimos de acordo com todos os impulsos sexuais, ou outros. O que fica claro é que a hereditariedade providencia um empurrão numa determinada direcção, impulso ou inclinação definidos — mas que pode ser controlado pelos nossos processos racionais.

Essas descobertas são evidentemente de enorme significado para a nossa compreensão das crianças. Antes de aceitar todo o crédito ou culpa pelo comportamento dos seus filhos, lembre-se de que desempenhou uma parte importante nos anos formativos — mas de modo algum a única parte.

Quanto ao seu filho rebelde de 16 anos, sugiro que lhe dê algum tempo. Ele vai, provavelmente, acalmar-se ao entrar na casa dos 20. O desejo é que ele não faça nada com implicações a longo prazo antes de terminar a adolescência.


Fonte:  Livro “Criando Meninos”, págs. 236-238
Autor: Dr. James Dobson, fundador da organização Foco na Família, psicólogo e autor de diversos livros, possui doutoramento em Desenvolvimento Infantil pela Universidade de Southern Califórnia.