Quem educa os nossos filhos?

Educando os filhos bem alicerçados e com valores

Ontem, celebrou-se o Dia Mundial da Criança. Como escrevi, não celebro dias disto ou daquilo, pois considero que é muito fácil tirar um dia para celebrar e publicar muitos textos sobre o assunto, mas muito difícil reservar tempo, todos os dias, para as crianças e para estar bem informado acerca do cerco que lhes tem vindo a ser montado de há alguns anos a esta parte. É preciso proteger as nossa crianças. Isso, sim, requer genuína preocupação, amor, tempo e persistência.
Por isso, decidi escrever alguns textos acerca do que tem sido feito para retirar aos pais o direito a educar e a escolher a educação que querem para os seus filhos. E, não adianta abanar a cabeça e pensar que é você que educa os seus filhos. Não é. A não ser que os tenha em ensino doméstico, eles estão a ser cobaias de uma experiência social e a Escola é a ferramenta usada para o fazer.

Sabe aquele ditado, no qual eu não acredito, mas com que muitos concordam «A voz do povo é a voz de Deus.»? Pois, hoje, foi substituído por «A voz do ministério da Educação é a voz de Deus.», independentemente do que o povo diga.

Não sei se já percebeu que Portugal anda sempre atrás dos outros países e copia sempre o que se prova funcionar mal nos países pioneiros. Com a educação não é diferente.

Reinterpretação dos factos

Infelizmente, muitos ainda acreditam que a neutralidade é possível e que os humanistas buscam objectividade na educação. Nada poderia estar mais longe da realidade. Todos os factos são factos reinterpretados, e os humanistas buscam interpretá-los sem qualquer consideração por Deus, pelo cristianismo e pela família.
Opiniões contrárias em relação aos factos não são consideradas. O Estado determinou o padrão pelo qual devemos interpretar os factos e, no nosso contexto, o papel da Escola é capturar as mentes para a visão de mundo dos progressistas.

O deus

A teoria social humanista transformou a educação em deus, o deus que eles agora controlam. As leis são escritas e a legislação decretada – pela calada da noite ou em tempo de férias – tudo em nome de um suposto bem-comum e deixando de lado todas as religiões rivais. O dízimo (os impostos) continua a ser pago ao Estado para sustentar a igreja do estado: a Escola.

O Estado legisla

Rousas J. Rushdoony descreveu o processo como o carácter messiânico da educação americana. [1] Considere a regulamentação do Ninth Circuit Court of Appels [Nono Circuito do Tribunal de Apelações] sobre o papel dos apis na educação dos filhos, uma vez estando estes nas mãos dos educadores do Estado:

Os pais têm o direito de informar os seus filhos a respeito de sexo quando e como desejarem; eles não têm nenhum direito constitucional, entretanto, de impedir que uma escola pública forneça aos alunos quaisquer informações que desejar, seja de natureza sexual ou outra qualquer, quando e da maneira que a escola determinar apropriado fazê-lo. Nem Meyer nem Pierce [dois magistrados anteriores da Suprema Corte] apoiam o ponto de vista de que os pais têm o direito de impedir que uma escola forneça qualquer tipo de informação – sexual ou outra qualquer – aos seus alunos.
Talvez seja do Sexto Circuito a manifestação mais clara sobre o ponto, ao explicar: “Embora os pais tenham o direito fundamental de decidir se enviarão o filho para a Escola Pública, eles não têm o direito fundamental mais amplo de apontar como é que a Escola Pública deve ensinar o seu filho. [2]

O Estado educa

Aí está. O Estado arrogou para si a condição de legislador soberano sobre a educação do seu filho. Isto, que foi legislado em 2005 pelo Nono Circuito da Suprema Corte dos EUA, já está em vigor cá em Portugal [3].
Afinal, os filhos são seus, ou do Estado? Você continuará a pagar e a permitir que os seus filhos sejam doutrinados num sistema educacional que não honra a Deus, nem tampouco a vontade dos pais, ou fará a a escolha, enquanto ainda pode, de os colocar num ambiente educacional em que a educação, que lhes dá em casa, e a sua vontade sejam respeitadas e não o expropriem da educação dos seus filhos?

A decisão ainda é sua.

Próximo artigo: A história moderna do controle educacional

[1] The Messianic Charecter of American Education: Studies in the History of the Philosophy of Education (Philadelphia, PA: Presbyterian and Reformed, 1963).
[2] Stephen Reinhardt, Ninth Circuit Court of Appels, Opinion: Fields v. Palmdale (November 2, 2005), p. 14-15. Disponível online em http://caselaw.lp.findlaw.com/data2/circs/9th/0356499p.pdf
[3] https://diganaoideologiadesexo.blogs.sapo.pt/pelo-direito-a-educar-os-meus-filhos-72780

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