O MELHOR PARA AS CRIANÇAS É TEREM UM PAI E UMA MÃE

Às vezes, tenho a sensação de que até os conservadores cristãos, homens e mulheres que professam a sua fé em Cristo, incapazes de perceber que as alterações do conceito de casamento só foram feitas por questões ideológicas, para cumprir a agenda política das forças radicais, estão a ser moldados para aprovar a co-adopção e a adopção de crianças por pares do mesmo sexo. Vamos por pontos:


O que é o chamado “casamento homossexual”?


— Para início de conversa, não é um casamento. Por definição e por força da realidade o casamento é sempre a junção entre um homem e uma mulher, tal como na natureza as espécies procriam e subsistem pela junção de um macho e uma fêmea, tal como a fecundação se dá pela junção de um gâmeta masculino e um gâmeta feminino. É absolutamente errado chamar “casamento homossexual” à junção de pessoas do mesmo sexo! Não existe “casal do mesmo sexo” porque a palavra “casal” implica sempre um macho e uma fêmea – um homem e uma mulher. Portanto, etimológica e biologicamente o termo correcto é “par do mesmo sexo” porque são duas pessoas do mesmo sexo. Por muito que se acrescentem palavras novas ao dicionário, um casal sempre foi, é, e será macho e fêmea.

Porque é que se tem utilizado o termo errado?


— Por uma questão ideológica da esquerda radical e relativista, da agenda LGBTQIA+ e fruto da ideologia de género.

Duas pessoas do mesmo sexo podem viver juntas?


— Se duas pessoas do mesmo sexo querem viver juntas e ter os mesmos direitos e deveres dos casais, é uma decisão delas e eu não tenho que ser contra ou a favor. Podem dar-lhe o nome de “união civil registada”, “união de facto” ou outro qualquer, mas nunca será um casamento ainda que insistam em chamar-lhe tal.

É a favor da adopção?


— Fui adoptada e se tivesse condições económicas gostaria de adoptar.

E a adopção por pares do mesmo sexo? Qual é a sua opinião?


— Considero que é um atentado aos direitos fundamentais da criança de ter um pai e uma mãe.

Porquê?


— Porque o que se sabe é que o melhor para qualquer criança é ter um pai e uma mãe. Ainda que nos deparemos com várias situações como: ter só o pai ou a mãe, estar numa instituição ou ser criado por avós, tios ou tias, dois homens ou duas mulheres, está provado cientificamente que o melhor para as crianças é serem criadas por pai e mãe.

Mas não é preferível que a criança tenha quem a ame e cuide dela, ainda que sejam “dois pais” ou “duas mães”?


— Ainda que os pares homossexuais sejam cuidadores e gostem da criança, é sempre uma opção menos boa para o são desenvolvimento da criança e agrava-se ainda mais quando se impõe a dupla filiação paterna ou materna como já se faz em Portugal, ao arrepio de outros países onde a opção por pares do mesmo sexo é possível, mas não se impõe que conste no Cartão de Cidadão a impossibilidade que é ser filho de dois homens ou de duas mulheres. Do meu ponto de vista é pura maldade e falta de respeito para com a criança e pode vir a causar-lhe graves perturbações no desenvolvimento psico-afectivo devido ao facto de ela não poder desenvolver a representação intelectual, emocional e afectiva do pai ou da mãe que não tem nem nunca teve. Este espaço intra-psíquico é esmagado e até eliminado pela existência de um outro cuidador significativo de quem a criança até pode gostar e que se impõe como um pai no lugar da mãe ou uma mãe no lugar do pai. Como é que a criança vai perguntar a este “substituto”: «onde está o meu pai/mãe?» Como pode fazê-lo da forma correcta? Não pode! Esta situação vai ficar reprimida e recalcada até à adolescência onde começa a surgir e a criar inúmeros problemas psicológicos e relacionais e que tem levado, em muitos casos, à revolta contra os cuidadores que lhe impuseram um modelo impossível, irreal e contra-natura que só revela egoísmo e desrespeito pelos sentimentos da criança.

Então, recusa que dois homens ou duas mulheres possam cuidar de uma criança?


— Não tenho nada contra o facto de dois homens ou duas mulheres cuidarem de crianças, mas tenho tudo contra homens e mulheres que imponham um modelo de família contra-natura e de dupla filiação no registo civil.

A presença da figura materna e paterna é fundamental para o desenvolvimento de uma criança?


— É imprescindível e não apenas fundamental.

Mas, então, está a dizer que é melhor a criança ser criada por um casal [mãe e pai] que a trate mal, do que por um par homossexual que a trate bem?


— Pessoas boas e más existem independentemente da sua orientação sexual. Usar esse argumento é de uma hipocrisia terrível. Essa é a excepção e não a regra. Se o casal é mau e não tem condições de criar a criança ou sequer de a ter, se for necessário retirá-la a esse casal ou se os pais não a querem, então o instituto de adopção tem a obrigação e o dever de arranjar outro casal, um pai e uma mãe, que todas as crianças precisam, desejam e merecem.

Há algum estudo científico que prove que a adopção por “casais homossexuais” não é a solução?


— Há sim. E têm sido divulgados pelo Centro de Recursos Pessoa, Família e Sociedade (CRPFS), uma plataforma cívica formada por diversas áreas do conhecimento e do saber, preocupadas com a reflexão e o pensamento sobre temas estruturantes e fundamentais da sociedade e que incidem numa preocupação fulcral com o bem-estar da pessoa humana, que recentemente publicou um folheto onde estão os estudos actualizados e os mais credíveis sobre o tema e que importa explorar, ler e divulgar.


A sociedade portuguesa aceita bem uma criança adoptada por um “casal homossexual”?


— Infelizmente, esta sociedade aceita tudo. Ainda que ninguém discrimine ou trate mal as crianças (o que duvido), a questão de fundo é que isso é mau; é a pior opção para as crianças e é isso que é grave. A estigmatização começa a partir do momento que duas pessoas adultas se querem constituir como uma família normal sem nunca o poderem ser. E, se falarmos na procriação medicamente assistida a mulheres sozinhas ou a pares de lésbicas com tudo o que isso implica de mau, percebemos o egoísmo exacerbado da natureza humana que é o de querer ter tudo, fazer tudo, ter filhos a todo o custo como se de uma coisa se tratasse sem pensar nas implicações desse acto para a criança que não escolheu nascer naquelas circunstâncias. Segundo os dados disponíveis, em Portugal, por cada criança a adoptar HÁ 3 casais (homem e mulher) em lista de espera, ENTÃO, não precisamos da co-adopção ou da adopção por pares do mesmo sexo, pois o interesse superior da criança está protegido. BASTA acelerar os processos de adopção.

O QUE LHE PARECE? Para uma criança que ficou sem família, não será
melhor ter um pai e uma mãe adoptivos? EFECTIVAMENTE, a adopção
existe para as crianças e não para os adultos. [1]


[1] Adaptado por mim, baseado no jornal “O DIABO”, 15 de Dezembro de 2015, de uma entrevista ao Psicólogo clínico e sexólogo Abel Matos Santos e publicado no meu livro “Órfãos de pais vivos”.


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