Pais expropriados da formação dos seus filhos

A perda de autoridade paternal é apenas o resultado da erosão da família, legal e socialmente falando, que tem vindo, paulatinamente, a destituir os pais da sua função básica: formar os seus filhos.

Plataforma Renovar

O primeiro baluarte a abater foi a família numerosa, e isso foi quase que plenamente conseguido, depois veio a banalização do divórcio (em nome da libertação da mulher) e a erosão chegou ao conceito de família – pai + mãe = filhos.

O ritmo alucinado em que vivemos deixa-nos sem tempo para o que é mais importante: Deus e a família. Infelizmente, e de acordo com uma amiga que dirige um Colégio, os pais deixariam os seus filhos lá das 8:00 às 20:00 e alguns até pagariam para os ir buscar ainda mais tarde. Depois, claro, quando envelhecerem, e antes de serem mandados para um lar, procuram eles mesmos um para não darem trabalho àqueles para os quais não tiveram tempo. É a lei da vida.

Sem nos apercebermos, como indivíduos e como família, em nome de uma suposta realização pessoal e profissional, transferimos para o Governo as nossas responsabilidades e tornámos realidade o sonho de todos os Estados laicistas e totalitários: expropriar a família da moral e da fé que deveriam manter-se cuidadosamente preservadas de quaisquer ingerências políticas.

Por meio do Ministério da Educação, o governo, arrogando-se senhor absoluto sobre os nossos filhos e da sua formação, além de desconstruir o conceito de paternidade/maternidade, foi aumentado o seu poder e assumindo para si o espaço que antes era ocupado pela família.

O mantra constante, que repete sem cessar que a família está em crise – porque algumas famílias são de facto problemáticas – é propaganda dos que querem acabar com a família, pois ainda que haja famílias disfuncionais e problemáticas, a família continua a ser o pilar de qualquer sociedade e o garante da continuidade da espécie.

O inegável declínio da família, o seu reflexo na sociedade e a tentativa, por parte do Governo, de desconstruir o ADN sócio-cultural transmitido pela família aos seus descendentes vai ter custos económicos e sociais incalculáveis.

O governo tem vindo a provocar o encerramento de escolas público/privadas por motivos puramente ideológicos – não estarem sob o seu domínio absoluto – e prepara-se para fechar mais umas quantas com a desculpa da crise provocada pela pandemia. Assim, a mensagem que quem nos governa pretende passar é: ensino público idóneo, só o do Estado.

Há alguns dias, o ministro da Educação falou em ter os alunos na Escola das 9:00 às 17:00h. Ou seja: de segunda a sexta, durante a maior parte do dia e a maior parte do ano, os seus filhos são da Escola, e ai do pai/mãe que os tente tirar de lá. Em alguns países já é crime levar o filho de férias durante o período escolar, sem autorização da Escola, e fazê-lo pode dar multas pesadas ou cadeia.

Os pais, que deveriam ser os árbitros do superior interesse dos seus filhos, entregaram essa função à Escola de mão-beijada. Governo, Ministério da Educação, CPCJ, tribunais e opinião pública – formatada pelos opinion makers de serviço – parecem concordar em retirar aos pais toda e qualquer autoridade sobre os seus filhos.

Sem que nos déssemos conta, parece que a ideia de que os pais são os principais educadores dos seus filhos, aqueles que lhes transmitem a fé, os valores, os conhecimentos e a cultura é abominável…

A Escola, garantem eles, é que tem que MOLDAR as crianças, inclusive no que toca à sua própria identidade, sexualidade, valores, religião e ideologia política. Ideal, ideal – digo eu – seria os pais colocarem os filhos nos braços do Ministério da Educação a partir dos 4 meses e só os alimentarem e cuidarem no que à manutenção do corpo diz respeito. O governo trata do resto e, se a doutrinação ideológica funcionar, também paga as cirurgias de “mudança de sexo”, porque o cérebro já eles operaram há muito tempo.  

Escandalizado?

– Não esteja.

Há algum tempo que a Estratégia Nacional de Educação para a cidadania, em Portugal, colocou em marcha um projecto educativo – a ideologia de género – que determina que a identidade e a igualdade de género sejam tema obrigatório em todos os ciclos de estudo – da pré-primária ao 12º ano. Acrescem a este projecto temas como: direitos reprodutivos (aborto), eutanásia, inter-culturalidade e um tipo de racismo que só considera racista o homem branco heterossexual.

Os ideólogos dessa engenharia social não admitem que haja pais que não abdiquem alegremente da responsabilidade de educar os filhos segundo as solidas convicções que herdaram dos seus antepassados, e não os entreguem às verdades absolutas das muitas Associações LGBTQIA+ a quem o Governo deu carta-branca para entrar na Escola e doutrinar crianças de tenra idade que não têm como se defender de tal ataque.

Não se deixe enganar. A agenda global escolar propõe-se FORMATAR a mente dos seus filhos (e se possível a sua) para a ideia incontestável que que aqueles que se opõem à ideologia de género são perigosos e limitam a liberdade dos demais.

Se considerarmos a facilidade com que qualquer crítica aos programas ideológicos de género é considerada “discurso de ódio”, não se admire se, eu, que agora lhe escrevo, vier a ser interrogada, acusada e presa.

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