Esposa e mãe a tempo inteiro

Família Azevedo

Eu e o marido casámos muito pouco tempo após nos termos convertido, e nessa altura as minhas prioridades como mulher e esposa eram bastante diferentes daquilo que são hoje. Tanto que após o casamento, as irmãs diziam-me:

“Então, agora vêm os filhos!” e eu respondia: “Ainda é muito cedo, lá para os 30 começamos a pensar nisso.”

Na altura, estava a fazer um estágio profissional e exactamente no último dia de trabalho descubro que estou gravida do meu filhote mais velho. Ainda bem que muitas das vezes o Senhor não atende às nossas orações, pois naquele momento eu pedia tudo menos uma gravidez… A verdade é que a partir desse dia nunca mais voltei a trabalhar.
Dou graças a Deus por me ter mostrado não só a mim, mas principalmente ao meu marido, o que é a verdadeira parentalidade e o conceito de família segundo a Sua vontade, pois após o nascimento do filhote o marido disse-me:

“Prepara-te porque se Deus permitir tu vais ficar em casa e fazer ensino doméstico.”

Ficar em casa? E vamos viver de quê?

Ok, mas e vamos viver de quê?! Como?! (acho que estas são as perguntas que todos os casais fazem quando pensam nesta possibilidade); ensino doméstico?! mas tu estás bem?! As crianças precisam de ir à escola, as crianças precisam DA escola!

A verdade é que a nossa vida deu uma volta tão grande, que sim, pelo menos no primeiro ano de vida do filho, fazia todo o sentido ficar em casa. Mas durante esse tempo o Senhor foi trabalhando de uma forma fantástica em mim e fazendo-me perceber qual era verdadeiramente o meu papel como mulher e o propósito para o qual fui criada. Então, a ideia de fazer o ensino doméstico cada vez começou a fazer mais sentido e o gosto que adquiri por tudo o que diga respeito ao lar faz-me sentir verdadeiramente feliz.

Não estarei a inverter o papel das coisas?

Infelizmente, nos primeiros anos do meu filho foi difícil para mim ter a convicção e a certeza de que a forma como eu via as coisas era o que estava certo… Tudo, porque via as outras mulheres na igreja com montes de actividades, orações, cargos, etc… e a verdade é que eu não tinha tempo para participar em nada daquilo… Mas, perguntava-me, serei eu a única mãe que não tem disponibilidade?! Será que sou menos espiritual?! Será que estou a inverter o papel das coisas e as tarefas na igreja são mais importantes e deva abandonar o resto?


Cheguei a pensar se deveria deixar de fazer ensino doméstico, pois consumia muito de mim e se a criança estivesse na escola teria muito mais disponibilidade… Mas não, felizmente não estava/ não estou errada! Vi mulheres que se dispõem a tudo na igreja, mas não lêem a Bíblia aos filhos, vi famílias que os únicos momentos que têm em família é em eventos na igreja, vi famílias para as quais “jantar juntas” é uma raridade, vi crentes que preferem “sacrificar” o lar para poderem ter as coisas que desejam. E porque, como mulheres cristãs, não devemos andar como o mundo, e as mulheres do mundo abandonaram os seus lares.

Porque é que a maior parte das mulheres trabalham fora?

Algumas, porque os homens também mudaram e quando antigamente era um dever o homem sustentar a sua família, hoje muitos acham injusto, e querem que elas trabalhem fora de casa como eles. Outras, porque querem ser bem-sucedidas profissionalmente e ficar em casa é coisa de mentes pequenas. A independência financeira. As que não acreditam no casamento para toda a vida… aquelas que insinuam que quem está em casa não faz nada. Já ouvi tanta coisa… no princípio ficava triste, hoje não! Hoje, considero-me uma privilegiada mesmo quando tenho que perguntar ao meu marido se posso comprar umas calças novas.

Se eu tivesse que trabalhar fora de casa, como seria?

Estar em casa é muito mais que cuidar dos filhos… É ser a auxiliadora que os nossos maridos precisam. É o meu marido chegar a casa e ter a esposa e os filhos à espera dele, é saber que as compras estão feitas, as contas estão pagas e os recados tratados. É não haver pressa com horários, é cuidar de todas as suas necessidades com tempo e amor. É o que me faz sentir realizada.


Se eu tivesse que trabalhar, como seria?! Teria a paciência que necessito ter para os meus filhos? Acompanhá-los-ia como precisam? Eu e o marido andaríamos mais ou menos cansados?

Parece-me que teríamos os dois o dobro do cansaço… E o nosso casamento? Seria alegre e feliz?! Ou o cansaço tomaria conta de nós? E, o mais importante (porque infelizmente fica sempre algo por fazer, a nossa vida espiritual), teríamos tempo para orar, para ler a palavra?

Ao contrário do que se pensa, não é preciso ser rica, para poder ficar em casa. É claro que cada caso é um caso, existem sacrifícios. Mas a verdade é que quando fazemos a vontade de Deus e as coisas para a Sua gloria, Ele supre todas as nossas necessidades.

A mulher de Provérbios 31 é sem dúvida o meu modelo.

Filipa Azevedo

PS: A Filipa é cristã e dá-nos o seu testemunho como tal. Se alguma mãe não-cristã, que se reveja nos valores que esta Associação defende, quiser enviar-nos o seu testemunho sobre a família será um privilégio partilhá-la.

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