Vivemos numa sociedade que estabeleceu os seus próprios valores e modelos de bom e mau e na qual o mal é bem e bem é mal.
Portanto, se vivermos segundo as regras de um mundo caído e ignorarmos totalmente o Criador, e a Sua Palavra, as crianças serão criadas “sem rei nem roque”, não há regras, tudo é permitido em nome de um suposto “trauma” que as pode prejudicar para o resto da vida caso sejam contrariadas ou apanhem umas palmadas. O mundo grita que as crianças são completamente inocentes, mas o sábio revela:
“A estultícia está ligada ao coração da criança…” (Provérbios 22:15)
Fardo pesado
Se formos honestos com nós mesmos temos de reconhecer que quando éramos crianças sabíamos muito bem o que era certo e errado, e como magoar quem queríamos… Eu sabia.
Por isso, esperar que crianças de tenra idade decidam por si mesmas o que é certo, ou errado e quais são os limites, é um fardo demasiado pesado para elas carregarem e a sua mente em desenvolvimento não está preparada para tamanha responsabilidade. Sabe que aquilo que hoje lhe provoca umas boas gargalhadas pode vir a tornar-se um problema complicadíssimo mais tarde?
Um casal amigo dava gargalhadas de puro divertimento quando o filho de 2 anos dizia um chorrilho de palavrões e insultava outras pessoas, principalmente mulheres, em nome da inocência da pouca idade… O pior é que ele foi crescendo e os maus hábitos não desapareceram. Quando os avós e os pais começaram a fazer parte dos insultados e a dar-lhe uns açoites, o “inocente” revoltou-se. Nunca mais conseguiram corrigi-lo. Ameaçavam interná-lo numa instituição, fazer tudo e mais alguma coisa, mas nada serviu para corrigir algo que devia ter sido corrigido ao primeiro palavrão. Uma palmada dada na hora certa, e uma atitude firme, teriam resolvido um grande problema.
Não adianta dar grandes sermões e tentar moralizá-los mais tarde. As regras têm que ser explicadas, desde cedo, de forma simples e clara, porque eles ficarão revoltados se forem punidos por algo que não entendem. Como nos ensina a Palavra de Deus:
“E vós, pais, não provoqueis à ira a vossos filhos, mas criai-os na doutrina e admoestação do Senhor.” (Efésios 6:4)
Há algumas regras de ouro que devemos aplicar quando educamos:
- Nunca tenha medo de dizer “NÃO”. No futuro, a felicidade e o sucesso deles dependem da forma como lidam com os “SIM’” e os “NÃO” da vida.
- Nunca tente suborná-los. Isso torna-os manipuladores e diminui a verdadeira importância das regras.
- Evite fazer comparações entre um filho e outro. Afinal, ninguém é igual a ninguém.
- Nunca ofenda os seus filhos. Chamar-lhes: maus, fracos, ignorantes, preguiçosos, burros, estúpidos, e outros adjectivos depreciativos que deviam fazer alguns pais corar de vergonha, é destruir a auto estima deles e deitar tudo a perder.
- Não ameace em vão. Se não vai agir, cale-se.
- Nunca exija dos seus filhos que façam o que você diz e ignorem o que você faz… Isso é hipocrisia.
- Cumpra as suas promessas e eles confiarão sempre em si.
Nunca se esqueça que, lá fora, eles serão o reflexo da educação que recebem em casa.
Excerto do meu livro: “Órfãos de pais vivos”. Reflecte um ponto de vista cristão na educação, mas acredito que há pais ateus e de outras confissões religiosas que conservam os mesmos valores e princípios ainda que não sejam cristãos.