
Recebi esta mensagem de uma mãe:
“Quero partilhar consigo uma grande injustiça. Sei que não pode fazer nada sobre o assunto, mas como está dentro da área de protecção das famílias acho pertinente partilhar consigo.
A minha filha do meio, a que esteve na instituição, tem 3 anos e finalmente conseguimos diagnosticar displasia da anca. Vai ser submetida a uma cirurgia, depois terá que usar um gesso especial que a impede de se movimentar durante 3/4 meses, depois terá que usar um arnês e fazer fisioterapia para compensar o tempo que ficará imobilizada.
Como sabe tenho mais filhas, tanto mais velhas como mais novas, sou mãe a tempo inteiro, não recebo RSI nem subsídios, o único que recebo é abono de família, o meu marido é o único sustento da casa.
Considerando entradas e saídas de hospitais, internamento, recuperação com uma menina de 3 anos imobilizada, o pai terá que estar presente para dar apoio às nossas restantes filhas, mas resulta que como eu não trabalho, ele não tem direito a baixa por assistência à família remunerada. Ou seja, durante os longos meses que a minha filha vai precisar de acompanhamento permanente, o meu marido não pode meter baixa por assistência à família ou então passamos fome e perdemos a casa.
As normas de covid não me permitem levar as minhas restantes filhas para o hospital durante o internamente da irmã. Não tenho família na minha área de residência, e mesmo a família que tenho longe não tem a capacidade física para ficar com as minhas filhas.
Depois de tantos anos a trabalhar, a descontar, a pagar impostos, agora que precisa de apoio para poder dar o acompanhamento às filhas não tem direito a nada, apenas a justificar faltas.
A única ajuda necessária é de alteração de leis.
Então, gaiatos de 20 anos que decidem não fazer nada recebem RSI mas uma família numerosa que não vive, nem nunca viveu às costas do estado (nunca tivemos RSI, nem sequer subsídio de desemprego), por motivos de saúde não tem apoios.
Deus já nos ensinou a proteger-nos, a preparar-nos, a ter fé e colocar as coisas nas mãos D’Ele mas não toda a gente se consegue preparar, não toda a gente consegue confiar em Deus como nós aprendemos a confiar.
Estes apoios têm que ser mudados.”