Socialização

A socialização e os seus agentes

Em meados do século 20, os sociólogos, os ditos cientistas sociais, chegaram à conclusão de que a socialização é o conceito que eles próprios utilizam para descrever as aprendizagens sociais, pois, para eles, nós chegámos a este mundo sem saber como nos devemos conduzir socialmente.

O problema desta corrente de pensamento é que o homem é um animal social e o nosso primeiro grupo social chama-se: família!

Não é por acaso que a maior penalização que se pode aplicar a um homem é condená-lo ao isolamento social. É por isso que se fala na necessidade de reintegração. Estes são alguns conceitos importantes para entendermos porque é que a sociologia vai falar de grupos sociais primários, que são os que primeiro socializam o ser humano.

O primeiro, obviamente, é a família, que é onde o indivíduo percebe que há um outro, sim, um pai e uma mãe, que há um outro com papéis sociais diferentes, e que esses papéis sociais diferentes também estão ligados ao seu sexo.

Ora, quando falamos, por exemplo, de que não há nenhum problema em que alguém tenha dois pais ou duas mães, que isso é igual a ter um pai e uma mãe, estamos a confundir a mente das crianças e a anular não só a diferença entre os papéis do homem e da mulher, como as próprias diferenças biológicas.

Portanto, a família é um grupo que ensina ao indivíduo que não está só no mundo e que tem de aprender a comportar-se de determinada forma para poder viver harmoniosamente com outras pessoas. É na família que se aprende o conceito de autoridade, hierarquia, respeito e a base de tudo isto, que se chama linguagem, onde aprendemos a falar com os nossos pais.    

O segundo grupo de socialização é a escola, que é o lugar para onde os pais, em determinado momento, enviam os seus filhos para que eles aprendam, por meio de outra autoridade, que já não é parental, mas sim estatal, pois, ainda que a criança vá para uma escola privada, essa escola tem de ter a aprovação do Estado. Portanto, o Estado estará sempre presente.

Os únicos que, até há pouco tempo, se livravam da ideologia estatal no ensino eram os que que faziam ensino doméstico, mas, neste país cada vez mais socialista, até o ensino doméstico passou a estar sob as directrizes ideológicas do Estado.

Então, já num segundo nível, os filhos vão ser socializados pela Escola, mas, ao mesmo tempo, vai aparecer outro dispositivo de socialização que são os meios de comunicação social, com os quais as crianças vão passar a maior parte do dia.

Agora, pense: Quanto tempo é que uma criança passa na escola? Dependendo, da escola, 6 a 10 horas. E a ver televisão? Cerca de 3 horas? Quanto tempo gastam as crianças a conversar com os seus pais? Quanto tempo é que passam com os seus pais? Com os avós?

Qual é o papel dos meios de comunicação social, o papel da Escola, o papel das leis que regem os meios de comunicação social, a Escola, a composição da família, a liberdade religiosa? São determinantes. Eis um exemplo bem concreto de como os meios de comunicação social podem destruir o modelo de família:

Pesquise na internet os títulos de notícias que vão saindo nos meios de comunicação social “oficiais mais credíveis” nos últimos anos: “Casou-se com um golfinho”[1]; “Casou-se com uma estação de combóio”[2]; “Casou-se com uma árvore”[3]; “Casou-se com o seu cão”[4]; “Casou-se consigo mesma”[5]; “Casou-se com uma boneca insuflável”[6];  “Casou-se com um holograma”[7], etc.

E, não, isto não saiu só naqueles jornais sensacionalistas, mas sim nos “melhores” meios de comunicação. Quando nos damos conta, este tipo de notícia torna-se “normal”. Esse dispositivo cultural mediático está a modificar o nosso ambiente discursivo.

Se prestarmos atenção, o discurso está a mudar porque agora estão a dizer-nos que o casamento e, portanto, a família, pode ser qualquer coisa e um par de botas. Qual é o interesse, dos media, em difundir este tipo de notícias? É o de que a palavra casamento perca o seu significado. O que se pretende é fazer-nos acreditar que a base da família, que é o casamento, é uma instituição falida. A isto, chama-se: psicopolítica.

Próximo post: O que é a psicopolítica?


[1] https://www.elmundotoday.com/2019/05/una-mujer-se-casa-con-el-delfin-que-le-entrego-el-anillo-de-compromiso/

[2] https://www.clarin.com/sociedad/caso-estacion-tren-asegura-tener-sexo-mental_0_dYmr_3FUM.html

[3] https://www.antena3.com/programas/espejo-publico/noticias/hombre-que-casado-arbol-centenario-retiro-renunciado-casarme-personas_2022042262628cf9d593ed0001a5e496.html

[4] https://hoy.com.do/excongresista-se-caso-con-su-perro-en-san-valentin/

[5] https://elpais.com/internacional/2017/09/28/mundo_global/1506591093_364632.html

[6] https://www.clarin.com/internacional/fisicoculturista-ruso-pansexual-caso-muneca-inflable-ahora-enamorado-cenicero_0_S2pOEmKN4.html

[7] https://www.lavanguardia.com/tecnologia/20181113/452901501109/hombre-japones-caso-holograma.html