Artigo publicado no Observador

O que é que as escolas ensinam sobre Orientação Sexual e Identidade de Género (IG)?
A Teoria de Género e os Estudos Queer são ramos da Teoria Crítica que germinaram e cresceram do meio académico americano. Um livro indispensável, que nos ajuda a entender melhor as raízes da cultura woke é “Radicais nas universidades” e foi lançado em 2010. Página a página, à medida que o seu autor, Roger Kimball, nos mostra como a educação superior nos Estados Unidos, em especial nas faculdades de ciências humanas, sofreu uma completa transformação que teve início nos anos 1960 e que hoje atinge o seu ápice, somos informados de que as universidades – que deveriam ser um ambiente de aprendizado crítico – estão inundadas por um pensamento único, onde a diversidade de ideias passou a ser rotulada como fascista, d’extrema-direita, nazi, homofóbica e todos os “istas” e “fóbicos” possíveis e imaginários, onde as salas de aula se têm tornado palcos de doutrinação ideológica, o debate saudável foi substituído por gritos de “censura!” e o chão da universidade se parece cada vez mais um campo minado de provocações, ofensas e cancelamentos. “Radicais nas Universidades” é um murro no estômago das boas intenções. De facto, é como se os intelectuais gender-queer-de-esquerda+ tivessem decidido que só as suas ideias são válidas e que qualquer outra opinião deve ser silenciada e banida.
Desde que a geringonça se formou e “usurpou” (legitimamente) o poder em Portugal, o BE & CIA empenharam-se em pegar nessas teorias e a pô-las em prática na pré-primária e no ensino básico e secundário a fim de promover pontos de vista politizados sobre orientação sexual e a identidade de género (IG).
Hoje, neste artigo, proponho-me explicar o que é a teoria/ideologia de género e os estudos Queer, como é que a IG prejudica as crianças e até os professores, quais são os factos sobre a disforia de género nas crianças, e como é que o Estado (PS & PSD) está a usar a Teoria/ideologia do Género para expropriar os pais dos seus direitos.
Teoria do género
Nega a verdade objectiva de que nascemos homens ou mulheres e afirma que o sexo é «atribuído à nascença», convencendo os mais novos – e algumas mentes fracas – de que o seu sexo lhes foi imposto por adultos (pais e médicos). A Teoria do Género afirma que os sentimentos internos subjectivos de identidade de género (conceito ideológico propagado através da Escola, das redes sociais e dos média) de uma pessoa são a prova do sexo dessa pessoa e a sua libertação de uma imposição opressora que lhes atribuiu um sexo que agora se verifica não corresponder aos sentimentos sentidos. Como disse uma profissional de saúde, numa escola em Leira, em sala de aula, a miúdos de 13/14 anos: «Eu posso ter um pénis ou eu posso ter uma vagina, mas não me sentir de acordo com o que me fizeram quando eu nasci. Eu posso sentir-me um rapaz, apesar de ter uma vagina, e posso ser ao contrário, tá bem? E cada vez mais nós temos que estar despertos para estas situações, porque estas pessoas sofrem imenso. Porque não se identificam com aquilo que lhe fizeram na maternidade e que eles eram suposto ser: tens um pénis, és um rapaz; ou tu tens uma vagina, és uma rapariga. Mas eu posso não me sentir assim.»
Eu sei que o português está péssimo, mas limitei-me a transcrever o áudio.
Estudos Queer
Centram-se no estudo do sexo, da orientação sexual e da identidade de género. Designam a heterossexualidade e a aceitação de uma pessoa do seu próprio sexo biológico como construções sociais que podem estar enraizadas no medo e no desejo de oprimir aqueles que se identificam como homossexuais ou transgéneros. Ou seja: como males que devem ser eliminados.
Como é que a IG prejudica as crianças?
Quando a Teoria do Género ou os Estudos Queer são impostos e implementados nas escolas, os alunos podem sentir-se pressionados a conformar-se com pontos de vista que violam a sua própria consciência e/ou minam os valores da sua família. Pressionar um aluno a negar que o casamento é a união de um homem e uma mulher ou que o sexo é binário pode violar a liberdade de expressão, a liberdade de religião ou de consciência desse aluno e/ou os direitos dos seus pais de dirigirem a sua educação e formação.
Crianças, a partir dos três anos de idade, estão a ser expostas a desenhos animados e a ser apresentadas a figuras imaginárias como o Unicórnio do Género ou o Boneco de Gengibre de Género. O ensino da ideológico do género invoca frequentemente as narrativas da Teoria Crítica sobre “poder e privilégio” e os activistas incutem na cabeça das crianças que se forem heterossexuais ou “cisgénero” (se se sentirem confortáveis com o seu sexo biológico), fazem parte de um grupo “opressor”.
Isto cria um ambiente hostil para os alunos que não se conformam com um determinado ponto de vista político/ideológico e mina o seu direito à educação.
Como é que a ideologia transgénero afecta o desporto escolar, especialmente as raparigas?
Cada vez mais vemos exemplos de homens – que se auto-determinam «mulheres-trans» – a competir em equipas femininas e a dominar o desporto feminino. Ao substituir a biologia pela identidade de género, as associações desportivas e as escolas estão a privar as mulheres de serem campeãs nas suas modalidades. Ninguém acha estranho que não haja mulheres, que se autodeterminam «homens-trans», a exigir competir nas competições masculinas? Será porque as que o fizeram sofreram derrotas pesadíssimas?
Os professores
Além disso, a Teoria do Género imposta à Escola por meio de leis elaboradas, votadas e aprovadas na Assembleia da República – por políticos a serviço de ONGs e agendas supra-nacionais e não de quem votou neles – obrigam os professores a referirem-se aos alunos por pronomes que não correspondem ao seu sexo biológico. E, se é verdade que há activistas que se aproveitam da sua profissão para impor as suas ideologias e confundir a cabeça aos mais novos, também há professores corajosos que se preocupam com o bem-estar dos seus alunos e que se recusam a negar a realidade de que o sexo é binário. Alguns, inclusive, têm desafiado as respectivas direcções e, infelizmente, até há quem tenha abandonado a carreira docente por não conseguir usar a sala de aula como parte de uma linha de montagem de futuros dependentes químicos e eunucos.
Forçar os professores a utilizar pronomes preferidos – que não correspondem ao sexo do aluno – coloca uma pressão adicional sobre os alunos para que aceitem um determinado ponto de vista político.
Quais são os factos sobre a disforia de género nas crianças?
NENHUMA CRIANÇA NASCE NO CORPO ERRADO, mas algumas crianças lutam contra a disforia de género. A disforia de género é uma condição de saúde mental que envolve sentimentos de angústia associados a uma sensação de se ser “realmente” do sexo oposto, ou um desejo de se ser do sexo oposto.
Muitos dos jovens que se sentem angustiados por serem do sexo feminino ou masculino também têm problemas de saúde mental subjacentes, como Síndrome de Borderline, autismo, depressão e ansiedade. Algumas pessoas que um dia se identificaram como transgénero e mais tarde desistiram, acreditam que os seus sentimentos de angústia e alienação em relação ao seu sexo eram na realidade sintomas de outros problemas de saúde mental.
Nos últimos anos, tem-se verificado um aumento vertiginoso de «disforia de género» entre os + novos, especialmente entre raparigas adolescentes cujos pares começaram a identificar-se como transgénero. Este fenómeno de contágio social é conhecido como “Disforia de Género de Início Rápido”.
Antes da glamourização do transgenerismo e da propaganda ideológica do género, segundo o DSM-V, cerca de 98% dos meninos e 88% das meninas confusos com o próprio sexo acabavam por aceitar o seu sexo biológico depois de passarem naturalmente pela puberdade[1].
Condicionar crianças a acreditarem que uma vida inteira de personificação química e cirúrgica do sexo oposto seja normal e saudável é abuso infantil. Endossar o transtorno da sexualidade/disforia de género como normal através da rede pública de educação e de políticas legais servirá para confundir as crianças e os pais, levando mais crianças a serem apresentadas às «clínicas de género» e aos bloqueadores da puberdade.
Isto, por sua vez, praticamente garante que essas crianças e adolescentes vão «escolher» uma vida inteira de dependência química, além de, mais tarde ou mais cedo, poderem enveredar pela mutilação cirúrgica desnecessária de partes saudáveis do seu corpo.
Como é que algumas escolas estão a usar a teoria de género para minar os direitos dos pais?
Todos os pais devem ser informados e envolvidos nas decisões importantes da vida dos seus filhos. Os direitos parentais são prejudicados quando figuras de autoridade ocultam aos pais informações sobre a saúde mental dos seus filhos ou sobre as suas lutas com a sua identidade sexual, incentivam a criança a ocultar-lhes informações ou tomam qualquer medida que prejudique o papel dos pais na orientação ou protecção dos filhos.
Muitas escolas, infelizmente, já obedecem a directrizes de leis que nem sequer estão aprovadas, mas que foram impostas às escolas por guias como “O Direito a Ser nas Escolas”, que instruem os docentes a esconder dos pais a “transição social” dos alunos para uma nova identidade de género, exigindo que professores e funcionários utilizem nomes e pronomes para a criança que não correspondem ao seu nome ou sexo de nascimento.
Quando as escolas afirmam uma identidade de género diferente para uma criança, sem o consentimento ou notificação dos pais, violam o direito fundamental dos pais de dirigirem a formação e a educação dos seus filhos.
As escolas também violam os direitos dos pais quando incentivam as crianças a enganar os pais ou a obter aconselhamento sexual e/ou serviços de saúde sexual e reprodutiva sem o conhecimento ou consentimento dos pais.
Todos os pais têm o direito de escolher aconselhamento para os seus filhos. São eles que determinam os procedimentos a adoptar, tendo sempre em vista o superior interesse da criança. No entanto, a escolha dos pais tem vindo a ser duramente limitada pelas leis que têm vindo a ser aprovadas e impostas. Leis essas, que se baseiam em ideologias sobre orientação sexual e/ou identidade de género.
Como é que os pais podem AGIR para proteger os seus direitos?
Responsabilidade
Os pais devem apoiar políticas que responsabilizem legalmente os professores e os funcionários da escola por compactuarem com políticas de apoio à transição social de um aluno que afirma sofrer de disforia de género. As escolas não devem utilizar políticas afirmativas de género à revelia dos pais nem manter um segundo conjunto de ficheiros confidenciais.
As escolas não devem utilizar pronomes ou nomes que não correspondam ao sexo do aluno sem o consentimento dos pais.
Um pouco por todo o Ocidente, há pais que estão a instaurar processos judiciais contra as escolas para contestar estas políticas. Em Portugal, falou-se muito do caso da Família de Famalicão, mas depois não se falou da vitória dessa família no braço de ferro com o Estado. Sim. O processo foi arquivado. A Família Mesquita Guimarães ganhou. Os seus filhos NUNCA frequentaram as aulas de cidadania e nunca chumbaram por causa disso.
Escolha
Os pais devem ter escolha, devem poder decidir que os seus filhos participem, ou não, em qualquer instrução relacionada com sexo, orientação sexual ou identidade de género e devem procurar obter a isenção da participação dos seus filhos em qualquer conteúdo/instrução censurável. Eles também podem lutar para revogar a lei que proíbe as denominadas “terapias de conversão forçada”, que só permite terapias que convertam as crianças naquilo que nunca serão, e exigir o regresso das boas práticas médicas, que procuravam encontrar e tratar as raízes do transtorno e não fornecer clientes a uma indústria que não pára de aumentar os seus lucros à custa de uma doença que até ao advento da propaganda lgbt+ afectava apenas 0,01% da sociedade.
Os pais devem ter a liberdade de obter aconselhamento contrário à narrativa imposta para os seus filhos.
Transparência
Os pais devem exercer vigorosamente o seu direito de rever antecipadamente todos os currículos, materiais de instrução e formação de professores (impressos ou online) e devem encorajar os seus filhos a informá-los de quaisquer lições, conversas ou actividades que entrem em conflito com os seus valores e crenças familiares.
Afinal, ainda é aos pais que a Constituição da República Portuguesa consagra o direito a escolher a educação que querem para os seus filhos e a Escola ainda existe para COOPERAR com os pais na educação dos seus filhos e não para os substituir.
[1] https://acpeds.org/