FAMÍLIA

Quando de uma rápida leitura acerca do significado do ADN, é possível compreender que se trata de uma carga genética, semelhança com antepassados, herança de genes, heranças de características tanto físicas, quanto psicológicas.

O ADN é parte do sangue, onde se encontra a vida, e de onde ela se faz e se transmite. Inevitável concluir que o material invisível aos olhos forma tudo o que o ser humano é visivelmente. Ainda que um olhar voltado de ciência, uma confirmação de sabedoria que está muito à frente dos conhecimentos alcançados pelo homem.

O material genético formado de lembranças do passado e também de lembranças do futuro, forma parte de nossas experiências, nossos interesses, nossas aptidões e talentos. Todos depositados, enquanto estamos sendo formados. Formados calculadamente com a soma do material genético dos que vieram antes de nós, suportando a falta de conhecimento ou ainda benefícios de mil gerações.

A verdade é que tanto nossa estrutura física quanto nossa estrutura não-física são resultados de cálculos perfeitos, que proporcionam as condições adequadas para que o que fomos chamados à existência para ser, se torne real neste mundo. As influências, as palavras, os interesses, os campos de conhecimento que nos são mais compreensíveis, tudo faz parte de um plano maior.

E é possível também compreender que grande parte dessas partículas que nos formam têm origem na família. A família, os ascendentes, e também os descendentes, são os primeiros contactos, são as primeiras experiências sociais. A família proporciona o ambiente em que as primeiras provas nos são entregues, podem representar amor, honestidade e apoio, e podem também representar desprezo, desonestidade e abandono. Muito além dos traços e aparência, é a família que transmite os valores (ou a falta deles), é a família que exerce a maior influência nas fases de formação de caráter.

Uma família que se abstém de seu papel suporta as consequências de ver terceiros formarem seus novos membros, com princípios e ideologias que divergem de suas crenças e valores. Uma família que se faz presente e orienta, colhe os frutos de manutenção das tradições e valores de amor e união. É notório o encaminhar de determinações e mudanças no que tange ao olhar sobre a família. Até mesmo o ordenamento jurídico segue por um caminho de desvalorização da família quando aumenta o leque de possibilidades que se enquadram na definição e ao mesmo tempo falha em mitigar o direito mais básico e fundamental do ser humano, o direito à vida.

Ordenamentos jurídicos que aprovam a “escolha” de matar quando ainda muito jovem e de permitir morrer quando já mais velho ou com dificuldades na saúde, orienta uma compreensão de egoísmo e desvalorização da vida, e tais escolhas podem acontecer no âmbito da família, onde deveria ser o primeiro lugar de mais amor e acolhimento.

O caminho traçado é nítido para quem tem olhos que podem ver e ouvidos que podem ouvir, quebrar o conceito de família, desvirtuar e usurpar seu papel, destruir as ligações entre as gerações, mitigar o valor da vida de um ente (que deveria ser) querido, relativizar conselhos de sabedoria e vida, atacar o ser humano com o golpe mais baixo, o ponto que deveria ser o mais forte, torna-se o mais fraco.

As questões relacionadas à família devem ser fortemente debatidas e as verdades precisam ser ditas quantas vezes forem necessárias, nem todos os ouvidos ouvirão, nem todos os olhos estarão abertos para ver o que acontece, mas é preciso falar, é preciso dizer as verdades. Há os que não desistem, há os que defendem a vida, e a preservação do ser humano. E por tal necessidade, começo hoje a fazer parte deste projeto, dividirei essas e outras reflexões acerca dos valores da família. Com a certeza de que não estamos sozinhos, seguimos firmes em busca do alvo.