Verdade

Em tempos em que todos dizem muitas coisas, em tempos em que muitos impedem outros dizer, em tempos em que cada lado narra uma história diferente, o que realmente é verdade?


Os riscos são mesmo calculados? Existe forma de estar imune à vida? Ao medo? À morte? Existe mesmo forma de chegar ao fim da corrida sem ter enfrentado obstáculos, sem ter sofrido ou celebrado?


Então, por que insistem em pensar que podem controlar algo? Não se pode controlar o ar, o mar, nem as estrelas. Não se pode controlar átomos, moléculas ou seus efeitos.


O pouco conhecimento que se tem deveria servir para conscientizar de que ainda se sabe muito pouco, e não virar uma arrogância ignorante. Uma arrogância que pressupõe todo conhecimento, que julga aquele que pensa diferente, e condena, sem nem saber a Lei.


E por saber tão pouco, é que sofrem, na falta do conhecimento nasce o cativo. A verdade é que liberta. Mas será que os que pensam saber tudo estão dispostos a saber a verdade? Será que são capazes de dar o passo sem volta de ter os olhos abertos para ver, e os ouvidos abertos para ouvir?


Ou será que antes escolhem não saber e crer que tudo sabem? A confiança no limitado conhecimento proporciona uma zona de conforto que deve ser difícil de sair, ainda que esse domínio seja reverso, e quem pensa que é livre nada mais faz do que servir, aquele que pensa que sabe, pensa que é livre também.


E no passar do tempo, passa a vida. E a vida não volta para te contar as verdades que estão logo ali. O tempo dá a chance para quem carrega a humildade de ouvir antes de apontar, aprender um pouco mais antes de pensar que sabe.


De tudo que falam, o que é questionado? De tudo que apontam, o que realmente é verdade? De todo o seu pensamento, o que realmente é seu? As suas opiniões são suas, ou apenas pensaram por você?


Questione as certezas. Questione o que o mundo diz. Questione a limitada sabedoria humana. Questione o medo. Questione a natureza. Há quem saiba a resposta. E você, está pronto para ouvir?