Não existe casamento homossexual. Não importa o que o governo faça para afirmar o contrário, pois ele não tem autonomia para decidir o que é o casamento.
O matrimónio é uma estrutura que vem da ordem da criação, da ordem natural das coisas. O estado não inventou o casamento nem definiu o casamento, apenas o reconheceu. A família é anterior ao Estado. Antes do governo existir já existia a família.
O que está a acontecer é o agigantamento do Estado para redefinir algo que é anterior a si mesmo. O Estado existe porque a família existe e não o contrário. O casamento gay não existe porque “matrimónio” vem de mater – vem da ideia de ser mãe; “casamento” vem de acasalamento e traz a ideia de união reprodutiva, o aspecto conjugal do casamento. O significado do casamento é a ideia de reprodução, logo, o centro do casamento é a potencialidade reprodutiva.
Alguém pode argumentar, como a comunidade LGBT muitas vezes argumenta: “Então, e as mulheres estéreis, os casais que não querem ter filhos?”
Ainda que alguns casais optem por não ter filhos ou devido a algum defeito da natureza não consigam ter filhos, a estrutura do casamento continua a ser a potencialidade reprodutiva.
Por ex: se olharmos para uma cadeira partida, percebemos quais são as funções daquela cadeira, ainda que, naquele momento, ela não consiga cumprir essas funções.
Ainda que um casal não queria, ou não possa, ter filhos, a potencialidade reprodutora ainda é central.
A homossexualidade/sodomia é algo do interesse privado do indivíduo. Se um indivíduo quer ter um relacionamento homossexual é livre para o ter. Por outro lado, o casamento é uma instituição de interesse público.
Se pararmos para pensar na Grécia antiga, por ex., não existiu povo mais homossexual do que os gregos e é só ler a literatura da Grécia antiga para percebermos isso. O pedagogo era aquele que levava os meninos à escola para os proteger de pedófilos. As mulheres só serviam para reproduzir e o sexo louvável era o que se fazia entre dois homens. Ainda assim, eles defendiam veementemente o casamento heterossexual, porque entendiam que por mais que o relacionamento homossexual fosse da esfera privada era bom para a sociedade que a instituição do casamento permanecesse tal qual, pois gerar e cuidar dos filhos era do interesse público.
Os homossexuais, tal como os heterossexuais, sempre tiveram o direito a casar com uma pessoa do sexo oposto. Os direitos eram iguais para TODOS.
Os homossexuais, de há alguns anos a esta parte, começaram a clamar por uma modificação de direitos e a apresentar-se como os novos negros.
De acordo com eles: o que esses conservadores de direita, fundamentalistas, fascistas, homofóbicos do inferno estão a fazer, ao proibir o casamento homossexual, é tal e qual o que fizeram com a escravatura, não deixar a mulher votar…
Este é um discurso repetido té à exaustão pela esquerda, só que é um discurso que não faz sentido, porque para permitir que uma mulher vote você não tem que redefinir o significado do voto. Para libertar um negro da escravatura, você não redefine o significado de liberdade. Mas, para permitir que um homossexual case com outro homem você precisa redefinir a estrutura, a terminologia e o significado do casamento.
Então, eles começaram a clamar por direitos civis, como, por ex., a herança. Mas, mesmo com a união afectiva a garantir-lhes o direito a fazer um contrato de herança, eles insistiram no ideal do casamento.
Como é que isso se faz?
Antes, eles diziam que o casamento homossexual era proibido, mas, como já mencionei, o casamento gay nunca foi proibido. O que se passa é que a família sempre foi percebida como um acto heterossexual. Isso não foi definido ou construído pelo Estado, mas sim percebido, porque o governo é posterior á família. A família é a instituição central e anterior a tudo e isso percebe-se na ordem da criação e na percepção natural das coisas, e também, claro, na Palavra de Deus. A família foi criada por Deus e não inventada posteriormente. Antes de haver Estado já havia família e é por isso que o Estado não pode redefinir algo anterior a si mesmo.
Porque é que o Estado não pode definir o que é um indivíduo? Uma pessoa?
Se o Estado fizer uma lei a dizer que o negro, ou o branco, não é uma pessoa, pode?
Claro que não, pois a pessoa/indivíduo é anterior ao Estado.
Então, porque é que, hoje, o Estado pode redefinir o que é a família, se a família é anterior ao Estado?
Esta é uma tentativa do Estado para se agigantar e legislar sobre algo maior do que ele mesmo, que não foi da autoria do Estado. Então, através de leis aprovadas por maiorias partidárias, redefine a família para abarcar algo que antes não abarcava: as uniões homossexuais.
Se entregarmos ao Estado o direito a redefinir o significado de família, o que é que ele não pode fazer? O que é que ele não pode proibir?
No oriente o PCC proíbe as famílias de terem mais do que um determinado nº de filhos…
Se ele pode redefinir o significado de família, porque é que não pode retirar aos pais o direito a escolherem a educação dos seus filhos, a educa-los e a corrigi-los?
Não adianta reclamar que o Estado se intromete na família enquanto lhe damos o direito de redefinir todo o significado de família. Isso acarreta inúmeros problemas.
Por ex., o pátrio poder, que agora se chama poder parental, era a ideia depreendida da própria natureza de família de que o pai tinha direitos sobre o filho e que este tinha responsabilidades para com o pai. Agora, uma vez que o casamento não é mais definido como a unidade potencialmente reprodutora e passa a ser meramente uma unidade consensual afectiva, o poder paternal já não é algo que provém da própria estrutura do casamento, mas sim uma concepção estatal. Agora, os direitos, deveres e as responsabilidades entre pais e filhos já não são algo que faz parte da estrutura da família, mas sim algo que o Estado nos dá. Ora, se ele dá… ele tira.
“Quem paga ao trompetista escolhe a música.”
Assim, o Estado tem vindo a agigantar-se. O casamento gay é só uma peça na engrenagem do processo do agigantamento do poder civil e acaba por diluir o casamento. O casamento é heterossexual por causa dos pilares que o compõem:
. O casamento é baseado na espécie humana, onde há dois sexos/géneros – homem e mulher/masculino e feminino – e é monogâmico 1 homem + uma mulher.
Se a barreira do sexo for quebrada, e o casamento, que antes era heterossexual, passa a poder ser homossexual, o que é que mantém a barreira do número?
NADA! Passa a ser uma mera imposição estatal.
Se a barreira do número cai, pois é dependente da barreira do género/sexo, o poliamor é algo que já está a ser pedido e já há países onde, após a aprovação do casamento homossexual, já se debate a aprovação do casamento entre mais do que duas pessoas…
E, se caem as barreiras do género e do número, que são consequências lógicas da barreira da espécie, porque é que a barreira da espécie continua?
Sim… Já há pessoas a pedirem o direito de casarem com o seu animal amado (zoofilia). E usam exactamente os argumentos que foram usados por quem pedia o casamento homossexual.
Se aceitarmos o casamento zoófilo, com um ser que não tem direitos civis – um animal – o que é que impede o casamento pedófilo?
Para concluir, se cabe tudo no casamento o casamento não significa mais nada. Se cabe tudo nessa instituição e ela é descaracterizada a ponto de abarcar qualquer relacionamento humano, o que é que significa o casamento?
Como disse G. K. Chesterton:
“Quando estamos à beira do abismo, a única forma de avançar é retrocedendo.”