Autoridade e respeito – A relação entre pais e filhos

 

 

 

 

 

 

                                                                                                               

É natural que exista uma hierarquia entre pais e filhos. É compreensível que em uma relação desequilibrada, as consequências serão ruins. Esse texto pretende analisar alguns dos principais e diferentes cenários desta relação.
Pais/Mães Hipócritas – os pais hipócritas são aqueles que exigem dos filhos condutas e decisões que os mesmos não fazem. Praticam um falso moralismo para pressionar os filhos a alcançarem uma perfeição, quando ela não existe. São pais que massacram os filhos quando estes cometem um pequeno erro, e consequentemente afastam e desconsideram os sentimentos dos filhos. E logo a seguir cometem falhas maiores e mantém-se calados, gerando maior revolta e rancor na criança/jovem, que, uma vez que possa, partirá para bem longe, crescendo sem valores e orientações corretas, para a seguir distanciar-se completamente da família.
Pais/Mães que erram e não reconhecem o próprio erro – Outro tipo de comportamento prejudicial ocorre quando os pais cometem erros, sejam quais forem, e são incapazes de reconhecer, que dirá pedir desculpas. Erros que podem ser em qualquer área da vida, mas que, encontram sempre milhares de desculpas e chances de culpar outras pessoas pela própria falha. É comum ver pais e filhos a discutirem, e o pai diz: “Estou certo porque sou teu pai e sou que mando”, quando já percebeu que está errado, mas não consegue dar o braço a torcer. Talvez a cultura tenha ensinado que reconhecer erros é uma fraqueza, mas na verdade, é uma força. Não reconhecer o próprio erro e tentar moldar o mundo para encaixar uma auto perfeição é também uma mentira e prejudica a credibilidade, gerando maior revolta e rancor na criança/jovem, que, uma vez que possa, partirá para bem longe, crescendo sem valores e orientações corretas, para a seguir distanciar-se completamente da família.
Pais/Mães que diminuem os filhos – Diminuir os feitos de outra pessoa é uma péssima atitude em qualquer relação em que aconteça, porém, quando tal ação parte de pais para filhos, as consequências podem mudar uma história de vida, podem prejudicar o desenvolvimento e consequentemente destruir sonhos e planos de uma pessoa em formação. Há mentalidades para as quais não importa o tamanho de um feito, não importa quanto uma pessoa acerte, a única opinião a ser emitida será quando houver erro, e mais, ainda que não haja erro, será sempre uma opinião que tem por objetivo, inconscientemente ou não, diminuir e menosprezar a conquista ou até mesmo um sonho/plano para o futuro. Pais que atuam de tal forma terão por consequência filhos que não se esforçam, que se deprimem, que desistem das coisas mais simples da vida, pois, são moldados na infância a acreditar que nunca alcançarão algo bom, que nunca poderão fazer a diferença, e para não se esforçar em vão, apenas desistem das coisas, gerando maior revolta e rancor na criança/jovem, que, uma vez que possa, partirá para bem longe, crescendo sem valores e orientações corretas, para a seguir distanciar-se completamente da família.
Pais/Mães que mentem – Quando os filhos ouvem os pais mentirem, primeiro ficam confusos – a visão de pessoa honesta e exemplar que até então tinham cai e junto com ela cai o princípio de que é possível ser honesto, nasce a possibilidade de também mentir quando for conveniente, quebra-se um princípio importante, o que dará repercussão a longo prazo na formação de caráter do filho. Se os pais mentem, o filho vai mentir também. E é importante destacar que não existe o conceito de mentirinha, ou de que se pode mentir por x e não por y, quem mente e aceita a mentira como uma possibilidade, aceita a mentira em todas elas, e no caso dos pais, ensina aos filhos que está tudo certo em ter tal atitude, e acaba gerando maior revolta e rancor na criança/jovem, que, uma vez que possa, partirá para bem longe, crescendo sem valores e orientações corretas, para a seguir distanciar-se completamente da família.
Pais/Mães que abandonam – Filho é uma responsabilidade, quando a responsabilidade vem em um momento inesperado, fugir é a pior opção. Fugir da responsabilidade em relação ao filho destrói a vida dos pais e do ser em formação. Há quem pense que por nunca ter convivido com o genitor(a) não tenha nenhum sentimento relativamente a isso. Mas, a ferida causada pelo abandono e pela rejeição é profunda na alma e repercute na formação de personalidade, nos medos, nos traumas, em como essa pessoa irá viver e reagir diante da vida. Pais que abandonam os filhos deixam uma vida indefesa sem chão, sem fundamento, sem princípios, sem sustento, rejeitam a maior herança que existe nesse mundo, podendo gerar maior revolta e rancor na criança/jovem, que, crescendo sem valores e orientações corretas, não compreenderá valores e princípios, não entenderá o significado de uma família.
Pais/Mães que abandonam afetivamente – É comum ouvir histórias de pais, e também de mães, que fogem e abandonam os filhos completamente, mas há também um tipo de abandono pouco falado, que é o abandono afetivo. Pais presentes fisicamente, que sustentam com bens materiais, muitas vezes até vivem sob o mesmo teto, mas que não estão de fato presentes para os filhos. Não são capazes de conversar, de orientar, de ouvir, de compreender, de ensinar, de ser. As consequências são muito similares as do abandono total, instabilidade emocional no desenvolvimento da personalidade e do caráter criarão pessoas frágeis e incapazes de lidar com as adversidades da vida, gerando maior revolta e rancor na criança/jovem, que, uma vez que possa, partirá para bem longe, crescendo sem valores e orientações corretas, para a seguir distanciar-se completamente da família.
Pais/Mães que matam o próprio filho – E a pior atitude que qualquer ser humano pode ter em relação a outro é a de tirar sua vida. Imagine então o quão grave e deplorável é tirar a vida de um filho. Todos os anos, milhões de filhos são mortos pelos próprios pais, por livre decisão em terminar com aquelas vidas inocentes, tão somente porque ainda não nasceram. O critério do tempo de vida para se dar a outrem o direito de tirá-la é extremamente perigoso. Pais que matam os próprios filhos destroem o direito mais precioso e fundamental, tratam um filho como um ser não humano, não digno de tal direito. A maior atrocidade e covardia que se pode fazer. Querem dar outro nome, querem amenizar o ato ao dizer que em muitos países ele é legalizado. Não. Aborto é matar um filho, um inocente, uma vida. E sociedades que permitem tais atrocidades são destruídas. Pais que defendem essa possibilidade mostram aos próprios filhos que eles também o poderiam ter matado em circunstâncias diferentes, gerando maior revolta e rancor na criança/jovem, que, uma vez que possa, partirá para bem longe, crescendo sem valores e orientações corretas, para a seguir distanciar-se completamente da família.
Conclui-se, como muitos gostam de repetir, que há hoje uma geração de adultos e jovens que não guardam valores e princípios morais, que não respeitam autoridades e regras, que se encontram completamente deprimidos e sem expectativas de vida, que possuem QI menor que a geração anterior, e muitos desses que repetem tais afirmações esquecem-se de que tudo isso é consequência de uma falha na transmissão de tais conhecimentos. As mudanças na vida contemporânea criaram uma cortina de fumaça que impediu a verificação de tais consequências. Porém, uma vez verificadas, não há mais desculpas para não estarem atentos às causas e consequências, ainda há tempo de reconhecer e corrigir erros. Ainda há tempo de transformar o futuro dessa geração.