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Na Grã-Bretanha, a maioria dos académicos críticos de género são feministas ateus de esquerda. Alguns, na América, também.
A sua principal preocupação é a preservação de espaços exclusivos para mulheres. Em Fevereiro, Holly Lawford-Smith, professora de filosofia da Universidade de Melbourne, criou o site (noconflicttheysaid.org) que convidava mulheres a descrever as suas experiências de partilha de espaços exclusivamente femininos com mulheres trans [homens biológicos].
Não é um projecto de pesquisa e os seus relatórios não foram verificados. Em vez de uma qualquer forma de agressão física, a maior parte das mulheres descreve uma sensação de desconforto. Pouco depois, cerca de 100 colegas de Holly assinaram uma carta aberta alegando que o site promovia “ideologia nociva” e exigiam uma “acção rápida e decisiva por parte da universidade”. A Sra. Lawford-Smith manteve o seu emprego, mas houve pelo menos duas marchas na universidade criticando isso. “Acho que as pessoas gostam muito de ter um inimigo no campus”, diz ela.
Como é que uma ideologia – que não tolera divergências – se tornou tão arraigada em instituições supostamente dedicadas a fomentar o pensamento independente?
Os grupos de pressão têm desempenhado um grande papel. Na Grã-Bretanha, a maioria das universidades e muitos órgãos do sector público aderiram ao esquema Stonewall Diversity Champions, o que significa que elaboraram políticas que reflectem a posição do grupo sobre identidade trans.
O relatório sobre Essex disse que a política da universidade “estabelece a lei como Stonewall prefere que seja, ao invés da lei como ela é”, e pode fazer com que a universidade infrinja a lei discriminando indirectamente as mulheres. […]
A influência de grupos de pressão exemplifica a outra grande razão pela qual a transideologia ganhou espaço na academia: a sua equiparação com os direitos dos gays.
Muitas organizações estabelecidas para defender os direitos dos homossexuais transformaram-se em grupos de direitos trans.
Tamsin Blaxter, pesquisadora do Gonville & Caius College, Cambridge, uma mulher trans, diz que a academia se tornou muito mais acolhedora para as pessoas trans, em grande parte graças a Stonewall, mas alguns gays discordam do seu novo foco. Em 2019, alguns apoiantes separaram-se do grupo, em parte devido a preocupações de que a sua postura incentive os gays a redefinirem-se como trans (e heterossexuais), para formar a Aliança LGB. Grupos semelhantes surgiram em todo o mundo.
Os alunos expressam cada vez mais pontos de vista críticos de género.
Este ano, um grupo de estudantes feministas, em Cambridge, organizou um evento de “reformulação” para académicos críticos de género que haviam sido excluídos de eventos académicos (a Sra. Phoenix estava entre os palestrantes). Sophie Watson, uma das organizadoras, diz que perdeu amigos por causa do assunto. “Há muito medo de usar a linguagem errada – discordar da linha de que mulheres trans são mulheres é realmente considerado odioso”, diz ela.
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