Um homem é um Homem e um rato é um Rato!

VOCÊ É UM HOMEM OU UM RATO? « Blog Olinda Hoje

É isso mesmo: Um homem é um Homem e um rato é um Rato!

A expressão traduz a necessidade dos homens usarem as suas características “masculinizadas” para enfrentar os desafios da vida. Nelas não se inclui a covardia e a rasteirice dos ratos. Ora, vem este arrazoado roedor a propósito dum documento que a Associação Americana de Psicologia (APA) emitiu recentemente. Nele existem directrizes para profissionais da saúde mental que trabalham com homens e rapazes.

A APA é uma instituição poderosa.

Tem 117.500 membros, que inclui a grande maioria dos psicólogos praticantes dos Estados Unidos, e tem um orçamento anual de 115 milhões de dólares. Números robustos. As suas orientações trazem o imprimatur de autoridade científica e são extremamente influentes quando se trata de políticas e comportamentos em instituições públicas. Este édito será referido pelas universidades ao policiarem interacções sexuais e será referência para os tribunais ao decidirem a quem conceder a custódia dos filhos, nas deliberações de divórcios. É claro que estas orientações irão afectar a vida de milhões de homens e rapazes nos próximos anos.

O essencial do documento resume-se a isto:

A masculinidade é uma coisa má, muito má. Qualidades masculinas tradicionais como coragem, auto-confiança, competitividade, estoicismo, ambição pessoal e paixão pela aventura são “psicologicamente prejudiciais”. Numa primeira análise, os homens até parecem beneficiar do sistema de “patriarcado” – afinal de contas, 95,2% dos executivos de topo nas empresas da Fortune 500, são homens – mas na realidade a repressão emocional necessária para manter este “privilégio” tem um preço terrível. É dever ético dos psicólogos, assim como dos pais, professores, treinadores e líderes religioso, erradicar estas patologias masculinas e ajudar os homens a tornarem-se… bom, menos másculos. Menos masculinizados. É esta a linguagem (paternalista) do documento. Por aqui se vê que a máxima “um homem é um Homem e um rato é um Rato” já não distingue os homens dos meninos, nem dá ânimo e coragem para fazer face aos dilemas existenciais. Pelo contrário, passa a ser uma expressão sem dentes caninos. Anémica.

Na verdade, no documento da APA um rato tem mais valor do que um homem.

O documento (rasteiro e repelente) alinha a 100% com a ideologia da justiça social vigente. O género é “socialmente construído” e “não-binário”; o sexo é “atribuído à nascença” em vez de observado e registado; a “masculinidade dominante” é historicamente castradora de “homens que não são brancos, heterossexuais, cisgéneros, capazes e privilegiados”; os psicólogos deveriam aprender sobre “o impacto do racismo e da homofobia no comportamento e na saúde mental dos rapazes e dos homens” e “combater os efeitos nocivos das micro agressões”… O racismo, a homofobia, a bifobia, a transfobia, a idade… blá, blá, blá. A palavra “transgénero” aparece 56 vezes. Enfim! É óbvio que não se trata de um conselho imparcial. É um manifesto social.

Escusado será dizer que esta patranha identitária é tão “científica” como os delírios de LSD dos Beatles no “Lucy in the Sky with Diamonds”.

As características masculinas “pouco saudáveis” que a APA acredita serem criadas por “estereótipos de género”, tais como uma relutância em falar dos seus sentimentos, não são impostas aos homens pela sociedade branca e priveligiada. Pelo contrário, estão enraizados na nossa natureza biológica. Ao contrário do dogma pós-modernista de que as diferenças entre homens e mulheres são “socialmente construídas”, os homens exibem as mesmas qualidades básicas independentemente do tipo de sociedade em que são educados. As motivações psicológicas que os especialistas atribuem à “cultura ocidental”, como a agressão territorial, remontam à emergência do homo sapiens da floresta primitiva. Da árvore para o solo, certo!? Quando é dada aos macacos bebés a opção de brincarem com brinquedos, os machos escolhem camiões e as fêmeas escolhem bonecos. As características tradicionais masculinas a que estes pseudo-cientistas se opõem fazem parte da nossa essência. Será que para estes pseudo-cientistas, os macacos já não são relevantes como explicação social? Voltamos à expressão… Um homem é um Homem e um rato é um Rato… Bom, e um macaco é um macaco!

O que me parece genuinamente prejudicial para psiqué, para as emoções e para a capacidade volitiva do homem é esta guerra interminável contra a masculinidade.

O efeito de dizer aos homens que o seu desejo de proteger é “sexista”, tem consequências altamente nocivas. Persuadir as mulheres que se safam melhor sem homens nas suas vidas, tem desencadeado uma epidemia de rupturas familiares. 25% das crianças americanas estão a ser criadas por mães solteiras. Sem dúvida que a APA pensa que os rapazes que crescem sem pais estão em melhor situação. Afinal, têm sido poupados à exposição a modelos masculinos tóxicos. Mas a triste realidade é que é mais provável que desistam da escola, se tornem alcoólicos e toxicodependentes e acabem no sistema de justiça criminal.

De nada vale apresentar modelos Bíblicos aos membros da APA. Todavia, deveria valer para os Cristãos.

Os Cristãos progressistas deveriam colocar a mão na consciência e perceberem que estão a erradicar, com as suas ideias progressistas, modelos de masculinidade Bíblica que têm o selo Divino. “Viste o meu servo Jó?” perguntava Deus ao inimigo. Os exemplos são imensos. Moisés, o homem mais humilde da terra. Davi, o homem segundo o coração de Deus. Abraão, o Pai da Fé. Jocó, o homem que lutou com Deus. Daniel, o amigo de Deus. João, o homem que reclinou a sua cabeça no peito de Cristo. Paulo, o homem que foi arrebatado ao céu num encontro com Cristo… A lista é enorme. Embarcar na ideia de que um homem exibe apenas comportamentos tóxicos é castrador. Anula centenas de personagens Bíblicos e ofende o poder criador de Deus que fez “o homem” (adão = humanidade) à sua semelhança (dmuth = modelo e forma). Mais ainda, gera confusão na ordem divinamente criada. Pois a Palavra de Deus declara categoricamente “macho e fémea os criou” (Gén 1.27) – zakar = ser masculino; nqebáh = ser feminino. As distinções Divinas são límpidas. A suspeição e a dúvida são armas do inimigo das nossas vidas.

Entretanto, e seguindo a cartilha progressista da sociedade actual, os homens que foram descartados por serem “desnecessários” passam a vida a jogar jogos de vídeo, a ficar viciados em opiáceos e a cometer suicídio. Se a APA está à procura de toxicidade, deve começar por se examinar a si própria. Por mim continuo a pensar que “um homem é um Homem e um rato é um Rato”. Esta noção social é essencial para os dias de hoje.

Filipe Samuel Nunes