Resposta à Resposta da Ordem dos Psicólogos Portugueses

A Ordem dos Psicólogos Portugueses respondeu ao e-mail que enviámos e, entre outras patacoadas, escreveu:

Sendo certo que a maioria das pessoas que menstrua é menina ou mulher, a menstruação é uma função biológica não exclusiva das meninas e mulheres. A nossa opção não nega a biologia, antes é descritiva desse facto: nem todas as mulheres menstruam (por exemplo, quando usam contraceção hormonal, estão na menopausa ou têm determinada condição de Saúde) e nem todas as pessoas que menstruam são mulheres (como é o caso de pessoas transexuais, intersexo ou não binárias). Por isso, a expressão “pessoas que menstruam” tem sido adotada por diversas organizações internacionais (como a OMS, a UNICEF ou a American Psychological Association) e usada na literatura científica, já que reflete o universo de pessoas com atividade ovárica que experienciam o ciclo menstrual. Não se trata, portanto, de uma orientação ideológica, mas da descrição de uma realidade empírica. A linguagem científica deve, necessariamente, refletir essa realidade, de forma precisa.

Como é evidente, não podíamos deixar de responder e de dar conhecimento público dessa resposta:

Caros elementos da direcção da OPP
A expressão “Pessoas que menstruam” tem sido usada e contestada em todo o mundo pelo seu carácter ideológico, razão pela qual tem existido um maior rigor por parte da OMS, UNICEF e outros organismos internacionais em usar a expressão que consideram mais correcta e inclusiva que é “mulheres e pessoas que menstruam”. Não deveríamos ser nós a lembrar-vos isso…

A manipulação de informação e a transmissão de conceitos enviesados tem sido, lamentavelmente, uma prática corrente da OPP e não se coaduna com uma instituição que deveria ser um suporte essencial à sociedade em geral e às mulheres e meninas, em particular, um grupo vulnerável perante a ofensiva da ideologia de género. Infelizmente, a OPP, numa abordagem travestida de “inclusão” e “empatia” tem sistemática e inexplicavelmente esquecido este grupo falhando redondamente na sua protecção. Lamentamos e recomendamos mais literacia científica, a efectiva e, já agora, mais justiça e empatia para todos os grupos da sociedade.  Nesse sentido, aconselhamos: 

Nota: A direcção da AFC não defende a linguagem “mulheres e pessoas que menstruam”, pois ainda que haja mulheres que não menstruam por diversos motivos, pessoas que menstruam são mulheres e qualquer cedência na linguagem é uma vitória para a ideologia e não tem nada que ver com rigor nem com inclusão.

Quanto a nós, e depois de ler o vosso e-mail, alertaremos os nossos associados para o perigo que a OPP representa pelo facto de ter abraçado a ideologia de género e renegado a ciência.

Atenciosamente,
Maria Helena Costa