
Os direitos dos pais devem ser fundamentais para a proteção e segurança dos filhos. As escolas devem voltar a ser instituições de ensino e não linhas de montagem de endoutrinação política/ideológica.
A educação dos filhos dos portugueses não pode ser determinada por ideólogos como Judith Butler, omnipresente nos guiões e manuais de género e cidadania, que decidiu que “não existem homens nem mulheres. Que o sexo biológico é uma fantasia, algo em que só acreditamos porque nos foi repetido com frequência. Que o género não está associado ao sexo biológico, que não desempenha nenhum papel – apenas surge porque foi criado pela linguagem e porque as pessoas acreditam no que ouvem repetidamente. Do ponto de vista de Butler, a identidade é flexível e fluída. Não há masculino nem feminino, mas apenas um determinado desempenho, ou seja, um comportamento que pode ser alterado a qualquer momento.”[1]
Assim, e no sentido de proteger as crianças da revolução sexual em curso, imposta por meio de uma ideologia perniciosa que, tal como acontece no Reino Unido,[2] tem vindo a aumentar o número de crianças que adentram os consultórios de psicólogos e psiquiatras por se sentirem confusas quanto à sua própria identidade, a Associação Família Conservadora propõe:
- Os manuais, guiões e vídeos, que promovem a “identidade de género”, devem ser proibidos nas escolas públicas portuguesas. Relativamente à fluidez de género, ou seja, ensinar a uma criança que a sua identidade é determinada pela sua orientação sexual, esta é, portanto, flexível, alterável e diversificada, não podendo fazer parte do currículo escolar e, portanto, não deve ser ensinada ou promovida em/por:
- sala de aula,
- desenvolvimento profissional de professores,
- por consultores externos,
- actividades escolares especiais, AEC’s, ou por meio da distribuição de material para professores e/ou alunos.
- Essa proibição também se aplica ao ensino do género como uma ‘construcção social’, que incute nas crianças que “homem, mulher e família, pai e mãe, sexualidade e fertilidade não são conceitos naturais e que determinam a hegemonia dos homens sobre as mulheres e da heterossexualidade sobre todas as outras formas de sexualidade.””[3]
- Como acontece com todos os alunos da escola, os alunos confusos quanto à sua própria sexualidade devem ser tratados com cuidado, compaixão, dignidade e inclusão, livres de discriminação, assédio, difamação e violência. Devem participar de todas as aulas, serviços e actividades da escola.
- As escolas não podem definir que um aluno é transgénero/transexual (conforme determina o Art. 4 do Despacho 7247/2019) ou sequerincentivá-lo, por qualquer meio, a renegar o seu sexo biológico.
- As escolas devem informar sempre os pais/ responsáveis sobre o comportamento dos alunos.
- Nenhuma escola, ou psicólogo escolar, pode ocultar informações dos pais sobre a orientação ou confusão sexual de um aluno.
- Nenhum aluno tem o direito ou a capacidade de impedir a escola de contar aos pais informações sobre a sua sexualidade, caso a escola seja obrigada a fazê-lo.
- Nenhum aluno menor de 18 anos pode mudar o seu nome.
- Os alunos que se encontram num estado de confusão quanto à sua identidade, devem obedecer às normas da Escola no que às regras de vestuário diz respeito.
- Nas aulas de Educação Física e no desporto escolar, os alunos não devem ser permitidos a competir fora do seu sexo biológico. Pretende-se, assim, proteger as alunas do sexo feminino dos abusos perpectuados por alunos do sexo masculino que, sendo genética e biologicamente mais fortes, ao competirem em determinadas aéreas desportivas fora do seu sexo de nascimento, não respeitam a essência do desporto de competição.
- Os alunos que nasceram com o sexo masculino não poderão usar as casas de banho das meninas, vestiários e dormitórios; o mesmo conceito se aplica às alunas que nasceram com o sexo feminino.
- As crianças confusas quanto à sua sexualidade devem aprender que não é a casa de banho ou o balneário que utilizam que muda o que quer que seja quanto ao seu sexo de nascimento e que a escola apenas está a proteger todos os alunos quando não permite que rapazes possam usar o WC das meninas e vice-versa. Os alunos que se sentirem constrangidos em tomar banho diante dos outros, seja por que motivo for, caso seja possível à escola proporcionar, devem ter uma terceira opção ou a possibilidade de não tomarem banho na escola. As casas de banho devem ter portas que fechem por dentro de forma a garantir a privacidade de TODOS.
- Se as escolas estabelecerem, por iniciativa de professores ou alunos, grupos de apoio e discussão de questões de género e sexualidade (como grupos de apoio LGBTIQIAP+), os alunos menores de 18 anos só poderão participar com autorização escrita dos pais.
- Os alunos menores de 18 anos, não podem ser evolvidos por adultos – professores, enfermeiros, ou outros – em questões de fluidez e transição de género sem o prévio consentimento dos pais, os quais têm de ser devidamente informados sobre o assunto em discussão.
- Os pais têm o direito de saber se a fluidez e a “mudança de sexo” [ou auto-determinação de género] – a cultura LGBTQIA+ – estão a ser discutidas e incutidas na escola.
Creio que as recomendações acima são razoáveis e viáveis e que é urgente que o governo as aplique. É urgente proteger as crianças portuguesas de uma ideologia que está a confundir, mutilar e destruir crianças por esse Ocidente rendido à revolução sexual. Termino, recordando as palavras de C. S. Lewis:
«O poder do homem para fazer de si mesmo o que bem entender significa, como vimos, o poder de alguns para fazer dos outros o que bem entenderem.»
[1] “Por outras palavras, o “sexo” é uma construção ideal que se materializou à força ao longo dos tempos. Não é um facto simples ou uma condição estática do corpo, mas um processo no qual certas normas reguladoras o materializaram e chegaram a essa materialização pela reiteração forçada dessas mesmas normas.” Judith Butler, Bodies That Matter, Nova Iorque, Routledge, 1993, 21. Lido em: Gabriele Kuby “A Revolução Sexual”, pág. 82.
[2] https://www.thetimes.co.uk/article/inquiry-into-surge-in-gender-treatment-ordered-by-penny-mordaunt-b2ftz9hfn consultado em 23-10-2021
[3] Gabriele Kuby “A Revolução Sexual”, págs. 84-85