Feliz Dia Mundial da Criança

Dia Mundial da Criança 2017 | Câmara Municipal do Seixal

“A coroa dos velhos são os filhos dos filhos; e a glória dos filhos são seus pais.” (Provérbios 17:6)

Hoje, celebra-se o Dia Mundial da Criança. Pessoalmente, não sou favorável a dias criados para aumentar o consumismo e considero que todos os dias são dia da criança, do pai, da mãe, etc. Mas, hoje, tal como em qualquer outro dia, é tempo de colocar o dedo na ferida e defender o superior interesse de todas as crianças. Para isso, vou partilhar consigo algo que escrevi como introdução ao meu livro “Órfãos de Pais Vivos”:

Saturadas e sobrecarregadas

As nossas crianças são saturadas com informação. Aprendem demasiado cedo a utilizar as novas tecnologias e, ao contrário de há alguns anos atrás, começam a aprender a ler, a escrever e a contar numa idade em que nós só pensávamos em brincar. As estatísticas revelam que uma criança com sete anos de idade é bombardeada com mais informação do que um Imperador de Roma no auge do Império Romano. A medicina diz-nos que, numa idade tão tenra, a criança não tem capacidade/maturidade para processar e filtrar o que vê e ouve.

Desde muito cedo, os nossos filhos carregam mochilas pesadas às costas, têm horas marcadas para tudo e um sem-número de actividades – que visam mantê-los sempre ocupados – enquanto os pais se desunham a trabalhar para lhes garantir tudo-e-mais-alguma-coisa, mas lhe negam tudo o que eles de facto necessitam: a presença dos pais.

Adoecidas

Nunca, em época alguma, as crianças precisaram tanto de calmantes, anti-depressivos, psiquiatras e psicólogos. Hiperactividade, é o nome escolhido para desculpar a má-educação e mascarar a incapacidade dos pais que não conseguem educá-las, corrigi-las e impor-lhes regras. Cada vez mais nervosas, irritadiças, birrentas e aceleradas, constrangem os pais a dar-lhes tudo o que querem e, para as verem quietas e caladas, eles acabam por trocar o não pelo sim e por ceder a tudo e mais alguma coisa.

Oferecer presentes em excesso, segundo um estudo recente, só prejudica crianças e adolescentes. É dar-lhes migalhas de prazer momentâneo e habituá-las a uma vida de facilitismo que desconhece restrições e o significado de um não.
Não fui criada assim, não criei os meus filhos assim, e olho com apreensão para as crianças, adolescentes e jovens que crescem nestas condições.

Relativismo

Outro desafio que tenho vivido, como cristã, mulher e mãe, prende-se com as dificuldades que os nossos filhos, educados à luz da Palavra de Deus, autênticas aves raras nestes dias modernos, vivem no lugar onde passam a maior parte do seu tempo, a Escola.
Vivemos num mundo onde se grita que não existem verdades absolutas e que tudo é relativo. Invoca-se a Ciência onde nada pode provar e a Física diz-nos que sem absoluto (velocidade da luz), não existe relatividade. Mas, o que é que podemos esperar de um mundo que a cada dia que passa se afasta mais de Deus e, consequentemente, dos valores sobre os quais o Ocidente foi fundado, os valores morais judaico-cristãos observados por todos os conservadores, cristãos ou ateus?

A Escola tornou-se perigosa

Todos nós andámos na escola. Tenho dois filhos mais velhos, a Luciana e o Cláudio, de 38 e 35 anos, respectivamente, mas nunca, como hoje, a má educação/formação/informação estiveram tão presentes e tão activas no meio escolar e até nos manuais de ensino.
Num mundo, que se diz pós-cristão, onde impera a relatividade, onde a verdade se transformou em mentira e a moral em “fascismo”, faz parte da matéria curricular, por exemplo, ensinar às nossas crianças que ninguém nasce homem ou mulher, que cada um pode ser o que sentir em detrimento do é por natureza, que a homossexualidade, transexualidade, e todas as demais variações sexuais são normais, tão normais como ser heterossexual, porque, segundo eles, ninguém nasce heterossexual, mas os homossexuais nasceram assim. Dizem-se tolerantes e afirmam que querem acabar com o bullying, mas, quem não se submeter, interiorizar, confessar e verbalizar a agenda LGBT é apelidado de intolerante, homofóbico e xenófobo. Sim, todos aqueles que afirmam que tudo o que fuja da normalidade (sexo é entre um homem e uma mulher) é pecado aos olhos do Deus Criador, é perseguido, ameaçado e sofre bullying por parte dos que dizem querer acabar com ele. É isto que se passa na Escola.

Nunca ensinei os meus filhos a serem intolerantes com as pessoas, seja qual for a sua opção/orientação sexual, cor de pele ou etnia, e é minha obrigação, como cristã, ensiná-los a amar o próximo como a si mesmos. Isso não significa concordar com estas “normalidades” anormais e aceitar que tentem formatar a mente dos meus filhos segundo uma agenda LGBT absolutamente radicalizada e politizada.

Cada vez mais cedo, os manuais de ensino despertam as crianças para a sexualidade. E não é uma sexualidade saudável… É uma sexualidade promíscua na qual os pequeninos são ensinados que ninguém nasce rapaz ou menina, que sexo é algo que eles mesmos escolherão mais tarde (ou mais cedo) e que basta tomar medidas de prevenção para evitar gravidezes indesejadas, algumas doenças sexualmente transmissíveis e, “bola prá frente que atrás vem gente!”

Os perigos dentro de casa

Como se não bastasse o mundo lá fora, os meios mais usados para educar os nossos filhos em casa passaram a ser as novas tecnologias. A fim de os entreter – porque chegamos a casa cansados e não temos tempo para eles – entregamo-los às amas: televisão e Internet, das quais absorvem tudo, tanto o bom como o mau. Para além disso, no plano espiritual, há uma falta de conhecimento generalizada sobre certas práticas, aparentemente inofensivas, mas que podem “matar” os nossos filhos física e espiritualmente. Iludidos pela mentira que diz que devemos deixá-los crescer sem lhes ensinar a doutrina cristã, para eles escolherem “livremente” mais tarde, a maior parte dos pais tem privado os seus filhos daquilo que é mais importante para as suas vidas – conhecer o seu Criador.

Páre e pense

Hoje, quando o mundo celebra o Dia Mundial da Criança, páre e pense nos valores morais completamente esquecidos; no maior genocídio da História (o aborto), na desobediência ostensiva; na linguagem que os mais jovens usam em casa, na rua e nos transportes públicos; no conceito deturpado de família; na quantidade de filhos que desobedece, insulta e agride os pais; na falta de respeito pelos mais velhos e uns pelos outros; no aumento do bullying nas escolas; no alcoolismo e nas demais drogas que os consomem; na ansiedade; nas depressões; na dependência das novas tecnologias; na confusão acerca da própria identidade, etc.

O que é que deseja para os seus filhos?

Como é que podemos prepará-los para resistir à doutrinação de lobbies que querem ganhá-los para eles? Para a causa deles?

Se a felicidade deles é a sua prioridade, saiba que, sem Deus e um conhecimento correcto de quem Ele é, eles nunca saberão o que é “ser feliz” ou “livre” e jamais estarão preparados para a verdadeira felicidade, aqui, e para uma vida eterna sem lágrimas, choro e desespero, no porvir.

Afinal, não sabemos quantos anos eles viverão nesta terra, mas sabemos que têm uma vida eterna pela frente e é para essa vida que temos de os preparar. A vida eterna começa a partir do momento em que os concebemos e é da nossa inteira responsabilidade transmitir-lhes os valores cristãos a partir dos quais eles se desenvolverão. Se permanecerão neles, ou se afastarão quando forem maiores de idade, não é da nossa responsabilidade. Deus vai requerer de nós tudo o que nos competia fazer e não fizemos.
Ouçamos o conselho do sábio:

“O prudente prevê o mal, e esconde-se; mas os simples passam e sofrem o dano.” (Provérbios 22:3)

Maria Helena Costa

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