Pais, cuidado, algumas escolas estão a ensinar uma ideologia política como facto científico, apesar de não haver evidências que apoiem as suas alegações .
Numa aula de biologia numa escola do segundo ciclo, em Massachusetts, o professor de biologia comparou o transgenerismo [disforia de género] em humanos com os peixes-palhaço e uma espécie de sapo, que podem mudar de sexo sob certas condições.
A comparação fazia parte de uma série de slides que discutiam a variação na biologia humana em relação a sexo, género, expressão de género e orientação sexual.
Os slides, obtidos pelo grupo activista de pais Parents Defending Education e revisados pelo Washington Examiner, dizem que “os humanos são condicionados a ver sexo e género como binários”.
Num slide que discute a “variação biológica humana”, a lição menciona “pessoas intersexuais” e que “só mencionar o sexo biológico como masculino e feminino marginaliza pessoas intersexuais que foram persistentemente discriminadas”.
Ora, sabendo-se que apenas 0,018 %, ou 1 em 5.000 pessoas, são genuinamente intersexuais – uma condição em que as características masculinas e femininas estão presentes – é fácil perceber que se trata de uma anomalia genética bastante rara, que não é uma escolha, mas sim uma condição física.
Um número muito limitado de animais, como o peixe-palhaço, os sapos do junco comuns e a planta amborela, podem “mudar de sexo” naturalmente e sob condições muito específicas. Importa realçar que nenhum deles é humano e que nunca houve um exemplo de uma pessoa a “mudar de sexo” naturalmente. Aliás, se seguirmos o raciocínio de que os humanos podem imitar os comportamentos dos animais, é só experimentar viver debaixo d’água como o peixe palhaço…
Erika Sanzi, directora de divulgação da Parents Defending Education, ficou indignada com a lição.
“A Needham High School prometeu uma aula de ciências e, em vez disso, deu uma aula de pseudo-ciência. Os slides partilhados pelo professor de biologia são prejudiciais e errados porque são factualmente imprecisos, semeiam confusão e dependem muito de estereótipos sexuais regressivos”, disse Sanzi. “Talvez o mais absurdo seja a implicação de que o sexo biológico em humanos é fluido, ou pode literalmente mudar, porque isso acontece com espécies não humanas como peixes-palhaço e sapos.”
As Escolas Públicas de Needham confirmaram que os slides eram “um componente de uma unidade ensinada sobre genética” e que o agrupamento “verifica continuamente o nosso currículo e programas, incluindo a lição de ciências referenciada, para garantir precisão e alinhamento com os padrões locais e estaduais. ”
Há cerca de dois anos, em Lisboa, num encontro onde se falou sobre os perigos da ideologia de género, fui surpreendida por uma jovem universitária que disse algo assim:
Como é que dizemos a colegas inteligentíssimos, da área de biologia, que os humanos não mudam de sexo quando há peixes que o fazem quando querem?
Respondi: Dizendo! E dizendo-lhes que nenhum peixe muda de sexo porque quer, mas sim porque a sua biologia lho permite fazer em determinadas condições.
Usar comportamentos naturais de algumas espécies animais para confundir crianças, e até alguns adultos, não é ciência, é ignorância.
Se o exemplo de espécies animais serve de base para o comportamento humano, o que impede os humanos de imitarem os hamsters e comerem os seus próprios filhos?
Quantos humanos já mudaram de sexo espontaneamente?
Nenhum.
Os pais não mandam os seus filhos para a Escola para serem confundidos e acreditarem em histórias da carochinha. Nenhuma criança se transforma num rato só porque se sente o João Ratão. Alegações, que usam comportamentos naturais de algumas espécies animais para confundir a mente de crianças, são indignas e deviam ser proibidas. A Escola não pode continuar a ser lugar de doutrinação politico-ideológica.