Assunto: Utilização do termo “pessoas que menstruam” nos documentos da Ordem dos Psicólogos Portugueses publicados no Dia Internacional da Dignidade Menstrual
Venho, por este meio, na qualidade de cidadã comprometida com a verdade biológica e na defesa e proteção de meninas e mulheres, expressar o meu profundo repúdio relativamente à linguagem adotada pela Ordem dos Psicólogos Portugueses (OPP) nos documentos publicados no dia 28 de maio, Dia Internacional da Dignidade Menstrual, sobre saúde menstrual, nomeadamente:
- “Vamos Falar Sobre Saúde Menstrual”;
- “Policy Brief – Saúde Menstrual”;
- “Documento de Apoio à Prática Profissional – Saúde Menstrual”
onde utiliza repetidamente a expressão “pessoas que menstruam” em vez de “mulheres”.
A menstruação é, por definição biológica, um fenómeno exclusivo das mulheres (Manual MSD – Versão Saúde e Família e Manual MSD – Versão para profissionais de Saúde). Os próprios textos no documento PREVENÇÃO E INTERVENÇÃO PSICOLÓGICA NA SAÚDE MENSTRUAL reforçam continuamente a associação direta entre a saúde menstrual e o bem-estar das mulheres ao longo da vida. Já que é impossível fugir à estatística de saúde baseada na diferença biológica entre homem e mulher e aos relatórios da Unicef e OMS, a OPP cita, na página 3:
“Os corpos das mulheres diferem dos corpos dos homens, não apenas na constituição, mas também no funcionamento – o que explica, por exemplo, a manifestação distinta de sintomas perante a mesma doença. Logo, mulheres e homens necessitam de diferentes abordagens em termos de investigação, avaliação, diagnóstico e tratamento de diversas condições de Saúde.”
A OPP contradiz-se quando substitui a palavra “mulheres” por termos genéricos como “pessoas que menstruam” nos documentos “Policy Brief – Saúde Menstrual” e “Documento de Apoio à Prática Profissional – Saúde Menstrual”, sendo que neste último refere na página 4:
“Notamos que a Saúde Menstrual não diz respeito apenas a mulheres cisgénero, mas a todas as pessoas que menstruam, como é o caso das pessoas transgénero ou das pessoas não binárias.”
A palavra “notamos”, por si só, é um ato de perceção, atenção subjetiva e não diz respeito a um facto objetivo.
Assim, a OPP contribui para a erosão da realidade estatística e biológica feminina e desvaloriza décadas de luta pelos direitos das mulheres.
Os documentos, no geral, demonstram uma clara negação da ciência biológica e substitui-a, esta sim, por uma construção social, uma linha ideológica, negando a realidade.
Estranho é que a OPP quando fala e defende a saúde mental, valoriza mais a ideologia woke, descurando o verdadeiro impacto na saúde mental das mulheres, ao não verem reconhecida uma experiência exclusivamente das mulheres, o que poderá originar alienação e distanciamento.
Defender os direitos das mulheres, também, significa reconhecer com exatidão a sua biologia e as suas vivências únicas. Em nome da inclusão, não se pode excluir a verdade nem despersonalizar as experiências das mulheres.
Assim, solicito que a Ordem dos Psicólogos reveja o uso desta linguagem no seu documento e que promova a precisão e consideração ao tratar de temas que dizem respeito diretamente à saúde e aos direitos das mulheres.
Atentamente,
Maria Helena Costa
Se concorda com esta nota de repúdio, por favor, copie, assine e envie para a Ordem dos Psicólogos, para o e-mail: info@ordemdospsicologos.pt