O sexo é biológico. A biologia É BINÁRIA.

Por que o homem e a mulher possuem diferentes desempenhos na corrida |  Pacefit

• O sexo é biológico, e a biologia é binária: macho e fêmea, xx ou xy; enquanto género é uma “realidade psicológica” (auto-conceito), uma criação mental que não corresponde necessariamente aos dois polos do sistema binário.

• A existência de uma categoria chamada “género” só se justifica para abrigar situações que a categoria binária do sexo biológico classifica como anormais. Ou seja, situações em que a auto-imagem do indivíduo (o modo como ele se vê) não corresponde ao seu sexo biológico. Se género fosse sinónimo de sexo não haveria necessidade do conceito.

• A criação dessa categoria não binária “género” visou reconhecer e legitimar socialmente aquelas situações que, por não se ajustarem ao sistema binário do sexo biológico, eram tratadas (e estigmatizadas) como anomalia ou distúrbio.

• Com a criação da categoria género, o que antes era “anomalia” naturaliza-se e legitima-se, tornando-se “identidade”.

• Portanto, a mera aceitação dessa categoria já implica uma tomada de posição “científica”, com repercussão no campo da medicina e da psicologia: considerar que a falta de correspondência entre o auto-conceito (a imagem que o indivíduo tem de si mesmo) e o sexo biológico ‒ o que a psicologia e a medicina chamam de disforia de género ‒ não constitui uma anomalia, mas apenas uma identidade não binária.

• Para isso é necessário silenciar a voz da Biologia, e afirmar que as identidades (mesmo as identidades do sistema binário: macho e fêmea) não decorrem da natureza (biologia), mas da cultura. Elas são socialmente construídas: ninguém nasce homem ou mulher. Os indivíduos nascem indiferenciados e tornam-se homem ou mulher (ou qualquer outra coisa no meio disso) por meio da cultura.

• E já que a natureza não tem nada a ver com a formação das identidades, não cabe à Biologia dar a última palavra sobre o assunto. Portanto, as questões de género devem constituir objecto das ciências sociais, e não da biologia.

• Se tudo é socialmente construído, não existem anomalias, não existe jeito certo ou errado de ser (o trans vale tanto quanto o cis). Mas, se é a biologia que manda, tudo muda. Restaura-se o sistema binário.

• Assim, por exemplo, partindo da premissa de que o género é uma construção social, o movimento feminista conclui que as identidades fixas do sistema binário — onde a mulher ocuparia uma posição subalterna — são o resultado da cultura opressora do patriarcado.

• Ocorre que toda a nossa civilização foi construída sobre a lógica binária do sexo biológico. O idioma, a cultura, a moral e o direito (inclusive as regras no desporto, que sempre segregaram os atletas em função do sexo biológico) desenvolveram-se ao longo dos séculos tendo como base a realidade binária do sexo biológico.

• Assim, ao naturalizar e conferir foros de cidadania às inumeráveis identidades de género, a teoria de género cria uma enorme tensão entre os indivíduos cujas identidades (antes estigmatizadas como anormais) foram naturalizadas e esses sistemas normativos (idioma, direito e moral).

• Ao equalizar todas as identidades como socialmente construídas, a teoria de género transforma toda a cultura universal e os responsáveis pelo status quo em opressores.

• Se todas essas identidades existem realmente, e não constituem meras subjectividades desviadas de um padrão de normalidade, é preciso tornar o mundo um lugar normativamente acolhedor para elas. Isso exige que elas não sejam julgadas (e consequentemente discriminadas) com base num código moral (ou legal, ou linguístico) construído sobre o sistema binário.

• Logo, é preciso “reescrever” esses códigos, deslegitimar as suas regras inadequadas, ultrapassadas, discriminatórias e injustas, bem como as pessoas e instituições (preconceituosas) que as seguem, a começar pela família e pelas igrejas.

• E como a moral e a cultura tradicional, construídas sobre um sistema binário, não acomodam as diversas identidades do sistema não binário, é necessário inculcar nas mentes das pessoas o novo modelo não binário, naturalizando as inumeráveis identidades e fomentando a luta pela reforma da moral ‒ sobretudo da moral cristã ‒ e da cultura.

Esta é a revolução cultural e moral, a engenharia social que está a ser feita por meio do sistema de ensino.

• Quanto maior a pressão sobre os pilares desse sistema “ultrapassado” construído ao longo dos séculos sobre a realidade biológica (não me refiro apenas ao sistema de ensino), mais rápido ele irá desabar. Para isso é necessário cooptar o maior número possível de aliados.

Miguel Nagib, 8 de Otubro de 2020

E isso está a ser feito através de leis, da mídia e da Escola. #Éhoradospais