Todos os dias me questiono como é possível que pessoas com “dois dedos de testa” sejam convertidas às políticas identitárias.
Até onde vai a incapacidade de tantos em fazer simples raciocínios lógicos?
Como é possível que as políticas de género avancem desenfreadamente, e convençam a “geração mais preparada de sempre”?
Sendo “antiquada” e não fazendo parte da “geração mais preparada de sempre”, peço-lhe que me siga neste simples raciocínio:
Alimenta-se a confusão sexual de crianças levando-as a acreditar que são de outro género que não aquele com o qual nasceram [masculino ou feminino].
Incentivam-se a mudar o sexo, para combinar com o género, mas NUNCA a mudar o género para combinar com seu corpo e o seu sexo, biologicamente determinados.
Assim, mudar o sexo para combinar com o género, PODE e é RECOMENDÁVEL, mas, mudar o género para combinar com corpo e o sexo, biologicamente determinado, É PRECONCEITO. NÃO PODE.
Se é errado tentar mudar a identidade de género autopercebida de uma criança ou adolescente, porque esta é fixa e mexer com ela e danoso… Porque é que é moralmente aceitável alterar algo tão fixo e estabelecido como o corpo biológico?
Dizer que não se pode mudar o género autopercebido, pois isso é preconceito, porque a pessoa é assim… Mas, e o corpo? Não é assim? Porque é se se pode mudar o corpo, que é assim, fixo, e não se pode mudar o género?
Género é uma construção social.
Entretanto, convém não nos esquecermos das as conquistas feministas, que levaram as MULHERES a ocupar espaços que antes pertenciam exclusivamente aos HOMENS. Ou seja, as mulheres não são homens e devemos comemorar as conquistas delas.
Por mulheres, é claro, entenda-se qualquer pessoa que se identifique como mulher, incluindo… homens. O sexo é uma categoria socialmente construída, que atribui certas diferenças físicas e as rotula como “masculinas” ou “femininas”. Não há distinções imutáveis entre homens e mulheres. Somos todos iguais e todos podemos mudar e ser o que quisermos.
A menos que estejamos a falar de desejo sexual. Sair do armário, ser gay ou lésbica, é algo de que todos se devem orgulhar (não é à toa que é a única coisa que tem direito a um mês de comemoração, e não a um dia como tudo o resto), porque as pessoas lgbtetc. já nasceram assim e não podem mudar. Na verdade, e é por isso que é preciso acabar com as ditas terapias da conversão, deveria ser ilegal que médicos, psicólogos, pastores ou padres tentassem ajudar as pessoas, que nasceram de uma certa maneira, a mudar… nem que elas os procurem a pedir ajuda.
Mas, todas as pessoas que foram convencidas, pela sociedade, de que nasceram heterossexuais devem ter todo o apoio para mudarem a maneira como nasceram e devem rejeitar os estereótipos de género masculino ou feminino. É preciso criar leis, que obriguem médicos, psicólogos, pastores ou padres a serem afirmativos e a fazer tudo o que puderem para encorajar essas pessoas a mudar. Há pessoas que nascem no corpo errado, portanto, entenda: a sua autodeterminação (após uma lavagem cerebral continuada, levada a cabo por ideólogos do género) é sua identidade genuína.
Isso só não vale para a cor de pele ou para a etnia. Cuidado com o que faz ao seu cabelo, com o que veste, e, caso seja actor, com os papéis que interpreta, para não se apropriar indevidamente da cultura de outras pessoas. Ok! Abrimos excepções para brancos que rejeitem a sua horrível branquitude e queiram ser pretos[1], e, claro, para quem se quiser apropriar do género de outra pessoa… Ou não ter género nenhum.
Não se esqueça, que todos nós somos vítimas de um sistema de género binário que nos diz como pensar e como agir. Quanto mais cedo acabarmos com a ideia de que o sexo é binário, melhor.
Mas, nunca nos poderemos esquecer de que as mulheres foram oprimidas pelo patriarcado machista opressor. Por isso, repita comigo: As mulheres são oprimidas; os homens são opressores. Isso é um facto, e… “contra factos não há argumentos”.
Não que “homens” ou “mulheres” sejam mais do que meros géneros fluídos, culturalmente condicionados a autoidentificarem-se como tal.
Ainda assim, não se pode acabar com a categoria feminina nos diversos desportos. Conseguir oportunidades iguais para ambos os sexos, no desporto, foi uma grande conquista das mulheres.
Mas, precisamos ser inclusivos. Assim, se os homens que se autodeterminarem mulheres quiserem participar nas competições femininas, óptimo, porque as diferenças sexuais sobre as quais se baseia a existência das categorias masculino e feminino, no desporto, não existem realmente.
Calma, não me entenda mal, é claro que as mulheres têm muito mais dificuldades do que os homens ao tentar equilibrar a maternidade e a carreira. Mas, também é preciso deixar muito claro que os homens também podem ser mães. Como se pode ver nos emojis[2], ambos os sexos podem parir.
Não que o género seja algo mais do que o que a nossa cultura nos diz que é. Não se esqueça: “Talvez o sexo sempre tenha sido o género, de tal forma que a distinção entre sexo e género se revela absolutamente nenhuma”.[3]
Lembre-se de que as mulheres (que, aliás, nem existem[4]) ganham menos do que os homens pelo mesmo trabalho, carga horária, etc., estão sub-representadas nos lugares de chefia das grandes multinacionais e que ainda não tivemos uma mulher como Presidente da República. Ou melhor, todos sabemos que um homem pode ser uma mulher, mas nunca nenhum presidente se autodeterminou mulher, portanto…
Afinal, o que é uma mulher?
Essa é uma pergunta complicada. Não sendo bióloga, é difícil dizer o que é uma mulher. Não que ser homem, ou mulher, seja algo biológico. Isso é óbvio e já foi explicado.
Mas, independentemente do que possa ser uma mulher, temos uma certeza: As mulheres têm o direito de fazer o que quiserem com o seu corpo e a saúde reprodutiva é uma das questões mais importantes dos nossos dias. Não que só as mulheres engravidem, como todos sabemos, até porque, de acordo com o que é ensinado aos alunos na Escola, os homens também menstruam[5], por isso…
Ser mulher traz inúmeros desafios. É por isso que é tão importante proteger as mulheres e lutar para que possam abortar quando quiserem e se sintam seguras. Excepto, claro, nas casas de banho[6], nos vestiários e nas prisões[7]. Aí, e como todos nós sabemos que esses homens são realmente mulheres trans, elas não têm motivos para se sentirem inseguras[8].
Ah, e convém nunca esquecer que homens e mulheres não têm que ter uma determinada aparência.
Mas, se um homem se autodeterminar mulher deve vestir-se como uma mulher, escolher um nome de mulher, exigir que usemos um pronome feminino para nos dirigirmos a ele e parecer terrivelmente feminino.
Não que haja algo como “masculinidade” ou “feminilidade, pois, como todos sabemos, são meras construções sociais com as quais se deve acabar.
Entretanto, não nos esqueçamos dos perigos da masculinidade tóxica, essa praga que oprime e maltrata as mulheres…
UFA!
OK. Reconheço que é complicado. Mas, não se preocupe. Quanto menos questionar e pensar sobre isso, mais sentido fará. Afinal, você é apenas uma mera construção social e, dependendo que quem o constrói e desconstrói, pode sempre escolher ser o que é… ou o que os outros querem que seja.
Eu nasci e sou MULHER, e nenhuma ideologia mudará isso.
[1] https://theconversation.com/the-contradiction-at-the-heart-of-rachel-dolezals-transracialism-75820
[2] https://www.foxnews.com/us/apple-iphone-update-pregnant-man-gender-neutral-emoji?inf_contact_key=ed85af5f770d7b6335d707043273e42c7e470d92b8b75168d98a0b8cac0e9c09
[3] https://www.scielo.br/j/ref/a/c9SgKfQhGsFfZZqkGqBLqQh/?lang=pt
[4] https://www.youtube.com/watch?v=Y3U2QwkWwBg
[5] https://www.youtube.com/watch?v=IbfZbiOFi_k&t=2s
[6] https://www.breitbart.com/europe/2022/04/22/uk-university-puts-up-poster-warning-women-not-challenge-transgenders-bathroom/?inf_contact_key=522fc85ceb08be9509c480782abd0855cc0558ed5d4c28cbfab114022b1ec50d
[7] https://observatoriog.bol.uol.com.br/noticias/comportamento/detentas-de-presidio-feminino-engravidam-apos-sexo-com-presa-trans