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Vive-se o tempo em que a verdade ofende e nos impõem ignorar a realidade. A geração que deixa todos aqueles dos quais discorda, a geração que se enche de vazio e termina a vida sem ter vivido.
É errado dizer que tudo era melhor antigamente, mas não consigo deixar de pensar que antes os adultos sabiam melhor como a vida funciona, hoje, andam todos perdidos à procura de significado porque não percebem que o chão debaixo dos pés já foi tirado.
Conceitos básicos, verdades absolutas (sim, elas existem), realidades imutáveis que vão sendo domesticados a ignorar, a reinterpretar, e quando tudo fica fora dos eixos, não sabem nem a quem culpar.
“Porque aquele que pensa diferente é o intolerante, logo, eu não tolero.” E seguem o caminho, sem perceber que fazem o que acusam o outro de fazer, sem perceber que a própria arrogância se traduz em intolerância, e o orgulho nunca deixa ver.
Mais uns dias e vão questionar até a lei da gravidade, e acreditem ou não, os efeitos serão menos trágicos do que as leis que ignoram agora.
A triste geração que se afasta de tudo que discorda (ou acredita que discorda porque alguém disse que é assim), e se torna cada vez mais vazia. O antídoto é, na verdade, o veneno.
A “liberdade” que oferecem escraviza, a independência é tão dependente, a felicidade enxabida. Sem sal e sem luz, vivem como quem não sabe quem são.
Jovens que dão passos perdidos, adultos que sequer podem dar orientação. A geração que se formou é resultado de uma geração que abandonou valores e princípios imutáveis, é uma geração que sequer se compreende, não sabem o que dizem porque os pensamentos não têm ordem.
Não sabem o que sentem porque não é permitido sentir, chamam as emoções de fluidas. Mas mesmo sendo fluidas, elas definem coisas reais, ainda que a definição seja falsa, defendem que é a verdadeira.
E o ciclo continua, falsa liberdade, falsa felicidade, o que importa é estar dentro do padrão criado, o que importa é não tolerar os “intolerantes”, o que importa é ser o que se sente, mas quando não se sente mais nada, ninguém explica o que se deve fazer.
Sempre haverá o Caminho. Falemos, enquanto se pode falar.