Recebemos um e-mail no qual nos era pedido que analisássemos o documento que está na imagem e comentássemos, tendo em conta que a pessoa que iria contribuir para a discussão teria poucos minutos para o fazer. Li o documento e aqui vai o brevíssimo resumo:

Na página 8, somos informados de que temas como “igualdade de género” e “sexualidade” são OBRIGATÓRIOS no pré-escolar, no 1º ciclo e em todos os ciclos. Ou seja, a escola forma[ta]rá a sexualidade dos alunos de acordo com os conceitos ideológicos do género, uma ideologia saída das universidades americanas, cujos autores se identificam com uma das letras da bandeira lgbtqiaetc.
Antes de vos colocar a primeira questão, gostaria de vos dizer quais são as intenções de Judith Butler, autora do livro Problemas do género – Feminismo e a Subversão da Identidade, muito citado nos Guiões de Género e Cidadania e no Referencial de Educação para a Saúde (mencionado na pág. 15 deste documento),ao aplicar a sua ideologia ao ensino:
Enquanto não dissolvermos a identidade sexual, o indivíduo não se emancipará da ditadura da natureza.
É isto que queremos incutir na mente dos nossos alunos? Que a natureza os oprimiu quando os fez homens ou mulheres, machos ou fêmeas? Queremos que eles queiram ser diferentes daquilo que são na realidade? Foi para isso que nos tornámos professores? Isto não é um ataque à própria ciência, à biologia? Durante toda a história da humanidade, a realidade de ser do sexo masculino ou ser do sexo feminino tem sido evidente – até agora.
Os seres humanos são MAMÍFEROS.
Os mamíferos são dimórficos – são machos ou fêmeas.
A ciência é inquestionável.
Não é apenas uma questão de saber que tipo de órgãos sexuais temos. Quase todas as células do nosso corpo são masculinas ou femininas. Os cientistas catalogaram 6500 dessas diferenças.
Posto isto, gostaria de vos perguntar o que significa “Género” aplicado à sexualidade? O que é a “identidade de género”?
São opiniões baseadas em trabalhos escritos da psicologia social, nos quais a palavra “género” (que vem da raíz genus, de onde vem a palavra genética) é mal interpretada para criar uma distinção artificial entre “sexo” e “género”, com o sexo a referir-se à biologia de uma pessoa e o género a referir-se à sua auto-identificação socialmente construída. Assim, teoriza-se que uma pessoa pode ser biologicamente masculino no sexo, mas feminina no género, ou vice-versa.
A ideologia/identidade de género”, é um conjunto de ideias mistificadoras e falsas que serve para mobilizar politicamente dois lobis ou grupos específicos (feministas e lgbtetc). É um conjunto de ideias anticientíficas que, com propósitos políticos totalitários, extirpa a sexualidade humana da sua realidade natural e a explica apenas pela cultura. Sexualmente, alegam os seus ideólogos, fomos construídos pelo que nos rodeia. É um pensamento ideológico que avança com a ideia de que até os próprios órgãos sexuais são socialmente construídos, e que tem encontrado eco em várias esferas da sociedade. Por isso, somos chamados a “desconstruir estereótipos” e, não «é de pequenino que se torce o pepino?».
Na página 4, podemos ler: a Estratégia (ENEC) propõe, também, que a disciplina de Cidadania e Desenvolvimento se assuma – desde a Educação pré-escolar até ao final da escolaridade obrigatória.
Já consultaram o site de Educação para a Cidadania?
Já viram os vídeos feitos por duas pessoas, que nasceram meninas e agora se apresentam como rapazes e que dizem às crianças, entre muitos outros absurdos e mentiras perigosas, que os homens também menstruam, que elas (as crianças que os ouvem) podem fazer toda a transição (mudança de sexo, que inclui, além das drogas como bloqueadores da puberdade e as hormonas do outro sexo, duplas mastectomias e amputação do pénis) e, caso se arrependam podem voltar atrás? Que podem mudar de sexo como quem troca lápis por canetas? Que ensinam como os transsexuais fazem sexo? Que aconselham as crianças a procurar ajuda nas associações lgbtetc. caso os pais não apoiem as ideias que são incutidas nas mentes dos seus filhos por pessoas como eles?
Este é só um exemplo, mas não posso ser exaustiva sob pena de ficarmos aqui até amanhã…
Na página 15, menciona-se o Referencial de Educação para a Saúde, que designação tão inocente, como uma ferramenta a usar para atingir os objectivos propostos neste documento.
Ora, na página 73 desse Referencial, que pretende ser uma ferramenta educativa flexível, […] DESDE A EDUCAÇÃO PRÉ-ESCOLAR AO ENSINO SECUNDÁRIO […] EM QUALQUER DISCIPLINA OU ÁREA DISCIPLINAR, pode ler-se:
Nos vários ambientes que a escola proporciona os alunos experimentam a sua sexualidade, quer seja nas suas brincadeiras, no estudo e nos namoros, mas também na relação com os docentes e trabalhadores da escola. Ela está presente nas conversas, nos jogos, nas quezílias, mas também nos conhecimentos científicos.
A educação para a sexualidade para ter os resultados desejáveis terá de dirigir-se à escola como um todo, penetrar em todos os seus ambientes, envolver todos os seus membros, aproveitar todos os momentos para, através de acontecimentos emocionais estruturados, construir modelos que promovam os valores e os direitos sexuais.
Direitos sexuais de quem? Das crianças? Ou dos adultos que poderão incutir-lhes todas esta ideologia e confundi-los para toda a vida?
Haveria muito mais a dizer, mas creio que estes exemplos são suficientes para percebermos que não podemos usurpar o lugar dos pais nem usar a escola como linha de montagem de uma ideologia absolutamente maléfica, que tem levado cada vez mais crianças ao suicídio.
Em Portugal, de acordo com um estudo do Centro Hospitalar da Universidade do Porto, já há 100 jovens adultos arrependidos de terem “mudado de sexo”. Desses, 67 dizem que foram mal aconselhados e mal encaminhados. Queremos mesmo contribuir para isso?
Maria Helena Costa