Como é que a ideologia de género, essa ferramenta de destruição social, entrou na nosssa vida?
1994 — Na conferência da ONU, no Cairo, onde as votações foram feitas por representantes de ONGs [Organismos Não Governamentais ligadas à defesa do ABORTO] e não de cada país, o tema em pauta foi o controlo populacional. Dois dos assuntos em pauta foram: Educação sexual e direitos reprodutivos sexuais — o apelido politicamente correcto do aborto – e implementar o planeamento familiar — o direito ao aborto.
As pessoas da coligação pró-vida perceberam do que se tratava e conseguiram lutar contra isso. Mas, dissimuladamente, passaram uma citação num documento com a questão de género… em 1994. Quatro anos depois de Judith Butller ter lançado o seu livro “Problemas do Género”, o género chega à conferência da ONU, no Cairo. Como as lideranças pró-vida e pró-família não conheciam essa nova linguagem, própria dos movimentos feministas, não prestaram grande atenção ao documento que continha esta frase:
«Igualdade de género, equidade e potencialização do papel da mulher demandando a participação igual e representação equitativa das mulheres em todos os níveis do processo político e da vida pública e a igualdade de género em todas as esferas da vida, que incluam a família e a vida em comunidade.»
Ninguém viu nada de errado… deixaram passar o navio quebra gêlo.
Os que defenderam a família e a vida ganharam, pois o aborto não passou, mas perderam na questão de género pois ela tinha entrado.
1995 — Pequim. Os defensores do movimento pró-vida depararam-se com uma declaração rascunho na qual a palavra género aparecia quase em cada parágrafo, mas pensaram que se estava a falar do sexo masculino e feminino numa linguagem mais soft.
Mas, devido ao aparecimento consecutivo da palavrinha (mais de 100 vezes), uma Srª da delegação hondurenha dirigiu-se à mesa que coordenava os trabalhos e perguntou qual era o significado da palavra género.
A resposta: «Não vamos definir. Género é o que sempre foi.»
Aí, a Srª respondeu: «Não. Ou definem ou nós paramos o trabalho aqui e não haverá concenso algum.»
Então, a direcção da ONU foi obrigada a definir género. Vejam como mudou da definição do ano anterior:
«O género refere-se ás relações entre as mulheres e os homens, que se baseiam em paéis definidos socialmente, que são atribuídos a um sexo e ao outro.»
A pergunta é: Será que a pessoa não sabia realmente o que significa “género”? Ou, deliberadamente, mentiu?
Um advogado, da delegação de Malta, ao ler a previsão de medidas coercivas (criminais) para quem incorresse em violência de género, alertou os restantes para o facto de ninguém poder ser criminalizado por papeis definidos socialmente.
Alertada, a coligação pró-vida, em defesa da família, começou a chavear {…} cada vez que a palavra “género” aparecia no documento e isso escandalizou o movimento feminista, que queria ver o documento aprovado e se insurgiu contra as pessoas que queriam manter as pessoas escravas do seu corpo.
Então, o que é que aconteceu?
A coligação da Santa Sé + as mulheres de várias ONGs do Movimento pró-vida contavam muito com os votos dos países Africanos, que tradicionalmente são aliados da delegação da Santa Sé, pois entendem que ela tem pessoas bastante qualificadas que só tratam dessas questões e os ajudam a entender o que está nos documentos uma vez que as delegaçoes africanas não têm pessoas tão bem preparadas para isso. Sendo a África e os países árabes grandes defensores da família, costumam votar sempre com a Santa Sé.
Mas, na conferência de 1995, quando o movimento pró-vida se manifestou no sentido de não deixar passar a questão do género, as nações europeias e os EUA ameaçaram não dar um centavo de ajuda aos países africanos, caso votassem com a Santa Sé.
Assim, a questão do género passou. Esvaziou-se a própria noção do Homem e a questão do género só passou, não porque as pessoas reunidas em Pequim tivessem colocado a mão na consciência e reconhecessem que, no mundo, havia pessoas perseguidas e a sofrer violência de género, nada disso. Passou, porque os países com dinheiro chantagearam países que precisavam desesperadamente de ajuda financeira.
Até à Conferência sobre o clima, esta era a conferência com menos concenso e maior número de reservas.