No dia 24-06-2022, pela graça e misericórdia de Deus, os EUA deram o primeiro passo para acabar com o maior genocídio da História, e as vozes a favor desse genocídio começam a fazer-se ouvir.
Mas, o que é o aborto?
Será, como nos querem fazer crer, a “interrupção voluntária da gravidez”?
Se respondeu “sim”, lamento, mas está equivocado, pois, “interrupção” – embora o dicionário já tenha sido conspurcado com o termo politicamente correcto “interrupção voluntária da gravidez” e o tenha definido como: «Aborto praticado de acordo com condições e prazos estabelecidos legalmente.»[3] – sempre se definiu como cessação temporária de uma actividade que depois pode ser retomada. Ora, a gravidez não se interrompe. O aborto, tal como a morte, é um acto permanente e irreversível.
Então, o que é o aborto?
Por muito que os defensores do aborto minimizem o acto de matar um bebé inocente e indefeso no lugar onde devia estar mais seguro – o ventre materno – e usem como argumentos uma série de arbitrariedades, como por ex., “é o corpo da mulher”, “a gravidez é recente”, “o feto ainda não está formado”, “é só um aglomerado de células”, a fim de justificar o aborto até aos três meses (12 semanas), a terrível verdade é que «a morte e o inferno nunca se saciam» e, por cá, a ex-deputada não inscrita, Cristina Rodrigues, já propôs o “direito” a abortar até às 16 semanas, em França é viável matar um bebé até às 14 semanas, em Nova Iorque as mulheres podem abortar, por decisão própria, até às 24 semanas (um bebé com 6 meses) e, ainda que o fact-check do Observador negue, já há Estados dos EUA e outros países a aprovar o aborto até aos nove meses. Sim. Até ao momento antes de nascer.
A pergunta é: a partir de que semana, e horas, começa a vida?
Quando o espermatozoide fecunda o óvulo, ou quando o calendário progressista nos impõe?
Em profunda discordância com as reivindicações dos que promovem a cultura da morte, a Embriologia, ciência que estuda o desenvolvimento embrionário dos organismos vivos, diz-nos que a vida humana começa no momento da fertilização do óvulo e que o bebé não é o corpo da mãe, mas sim um novo ser com o seu próprio material genético e um sistema imunológico diferente do da mãe. Ou seja: após a fertilização do óvulo não há nenhum outro estágio em que o embrião receba uma nova contribuição genética para ser o que já é. Ele só precisa de oxigénio, nutrição e tempo para atingir a maturação de um ser humano adulto.
Desenvolvimento do bebé
- 14 dias após a concepção o bebé já tem sistema nervoso.
- Aos 21 dias, o coração começa a bater e a bombear sangue e o cérebro começa a diferenciar-se e a esboçar o que virão a ser as pernas e os braços.
- Às 4 semanas, os olhos começam a formar-se.
- A partir da 5ª semana, o bebé já sente o gosto, o toque e a dor.
- Às 6 semanas, a cabeça tem a sua forma quase final, o cérebro está bem desenvolvido, mãos e pés começam a formar-se e as impressões digitais aparecem, e serão as mesmas que terá durante toda a sua vida.
- Aos 40 dias, a actividade cerebral já pode ser vista num eletroencefalograma.
- Às 8 semanas, o estômago inicia a secreção gástrica e as unhas aparecem.
- Às 9 semanas, a função do sistema nervoso aperfeiçoa-se e o bebé reage a estímulos e detecta sabores (isto foi verificado quando se adoçou o líquido amniótico – no qual o bebé nada no útero materno – e se viu que ele come mais, enquanto que, quando se salga, ele rejeita).
- Às 11 semanas, o bebé chupa o dedo – como se pode ver em qualquer ecografia.
O calendário progressista
Creio que não restam dúvidas de que, às 11 semanas, o bebé já sente tudo o que lhe fizerem. Assim, quem é que decide se se mata um ser humano no dia que faz 12 semanas, ou no dia a seguir? O bebé não-nascido tem menos dignidade do que um que já nasceu?
Argumentos, como aquele que afirma que “na barriga, o bebé é totalmente dependente da mãe” e que, por causa dessa dependência, “o feto” (ou “o parasita”, como lhe chamou a feminista Simone de Beauvoir), faz parte do corpo da mãe e, por isso, ela tem poder, ou direito, para decidir matar a criança, não podem ser levados a sério porque implicam que, um recém-nascido, totalmente dependente da mãe, pode ser morto por ela.
Não se pretende negar à mulher o direito de fazer o que quiser com o seu corpo, o falso argumento de que “o bebé é o corpo da mulher” só pode provir de má-fé ou ignorância. Como alguém argumentou: «se um astronauta deixar a sua nave, morre. Mas, não é por estar temporariamente dentro dela e dependente dela que ele é parte dela.».
Morte aos bebés! Vida para as tartarugas!
Não há maior paradoxo do que ver feministas hipócritas a defender o “direito” a matar bebés, ao mesmo tempo que militam a favor de Organizações ambientalistas, multimilionárias, para salvar os ovos das tartarugas dos predadores.
Os métodos para matar o bebé
Há muitos métodos para matar bebés no ventre materno, mas dois, que explicarei rapidamente, são os mais utilizados:
Sucção: insere-se um tipo de tubo com 20x mais potência do que um aspirador pela vagina da mulher e aspira-se o bebé, separando os membros do corpo, desintegrando-o e transformando-o numa espécie de papa de sangue, que é colocado num recipiente.
Mas… Se o bebé tem entre 3 e 9 meses, e devido ao seu desenvolvimento físico, já não é viável desmembrá-lo apenas com a sucção e torna-se necessário recorrer à:
Dilatação e evacuação: esta técnica dilata o colo do útero e, como os ossos do bebé já estão calcificados, introduzem-se pinças para arrancar os seus braços e pernas, destruir-lhe a coluna vertebral e, finalmente, o seu cérebro é esmagado. A seguir, aspiram-se os restos. Extraídas as partes do bebé, o abortista deve reconstruir o corpo para garantir que não ficou nada no útero da mulher, caso contrário, ela poderia sofrer uma infecção e correr risco de vida. Tão macabro… Como se sente, sabendo que o bebé já tem o sistema nervoso formado às 9 semanas, que sente dor e foge dos instrumentos que o dilaceram?
Argumentos piegas
Como já tive oportunidade de demonstrar, com o avanço da ciência, os movimentos abortistas – que afirmam defender os direitos humanos, mas lutam para matar bebés no ventre – acabam por ter que usar argumentos que apelem ao sentimentalismo e, para isso, fabricam histórias de fazer chorar as pedras da calçada. Eis dois deles:
A mãe grávida é pobre e tem outros filhos, entre os 2 e os 6 anos, para sustentar. Obrigá-la a ter outro filho, ainda por cima indesejado, é de uma insensibilidade atroz.
Traduzindo: em vez de se ajudar aquela mãe a sair da pobreza, mata-se o bebé.
Então, e sabendo que economia não é o forte dos progressistas, que tal oferecer uma solução que ajude a mãe a poupar mais? – Matar o filho mais velho, pois é muito mais económico sustentar o bebé no ventre do que uma criança de 6 anos… Chocado?
Claro que não defendo isso, Deus me livre. Aliás, o aborto não tem nada a ver com classes sociais. Infelizmente, é praticado por mulheres pobres e por mulheres ricas, com a utilização dos métodos acima descritos.
E quando o feto sofre de uma doença grave ou tem uma malformação?
Voltamos aos tempos antes de Cristo, e a algumas tribos indígenas, e matamo-lo? Já ouviu falar de Esparta, um Estado rígido e militarista? Hitler? Que ordenou o extermínio dos nascidos com deficiência ou doenças graves?
Ora, num Estado de direito, que “defende o direito à vida”, abomina o nazismo e “zela pela saúde da população”, não seria mais humano auxiliar a criança e a família?
– Não. Não para uma indústria, a do aborto, que factura muitos, muitos milhões.
[1] “interrupção”, in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2021, https://dicionario.priberam.org/interrup%C3%A7%C3%A3o [consultado em 04-05-2022].