A alegação de pedófilos ‘programados desde o útero’ vê o abuso sexual infantil como uma ‘orientação sexual’
Quando os mesmos que afirmam “ninguém nasce heterossexual” garantem que se nasce “programado desde o útero” para ser predador sexual de crianças, precisamos perceber que estamos diante de criminosos depravados, que querem abusar das nossas crianças sem serem punidos por isso.
Se ninguém nasce heterossexual, se a heterossexualidade “é apreendida no contexto familiar castrador, patriarcal, machista, retrógrado”, e tem que ser a Escola a ajudar as crianças a construir a sua identidade sexual com tantos géneros quantos quiserem, como entender que os predadores sexuais de crianças tenham nascido assim e não possam contrariar essa natureza não-apreendida?
Esta narrativa LGBTQIA+ recorda-me, por ex., um artigo do Marcelo Hailer, que saiu no Fórum no dia 3 de Junho de 2014, que pretendia ridicularizar e contestar um artigo que havia saído na revista Veja. O título deste artigo é “O perigo da propaganda heterossexual ou Ninguém nasce hétero”. Logo a abrir, como sub-título, lemos: «Em texto publicado pela revista Veja, autor defende a tese eugenista de que a homossexualidade não existe e que há uma “perigosa propaganda” pró-LGBT» e mais abaixo o autor do artigo diz algo como isto:
Diariamente quando abrimos o jornal, acessamos a rede, ligamos a televisão somos inundados por uma propaganda opressora do estilo de vida heterossexual; somos levados a crer que viemos a este mundo para reproduzir, ter filhos, comprar casa e ir à missa. Pior, querem nos fazer descer goela abaixo que as pessoas nascem com tal orientação sexual e, mais obsceno ainda, denúncias dão conta de que grupos políticos ligados à educação estão aplicando pedagogias do heterossexualismo, querem doutrinar as crianças e jovens para tal estilo de vida nefanda. Ou seja, vivemos um verdadeiro heteroterrorismo…
Passados quase sete anos, podemos afirmar algo como isto:
Diariamente, quando abrimos o jornal, acessamos a rede, ligamos a televisão somos inundados por uma propaganda opressora do estilo de vida homossexual; somos levados a crer que viemos a este mundo para não nos reproduzirmos, ter filhos nem ir à missa. Pior, querem fazer-nos descer goela abaixo que as pessoas nascem com tal orientação sexual e, mais obsceno ainda, denúncias dão conta de que grupos políticos ligados à educação estão aplicando pedagogias do homossexualismo, querem doutrinar as crianças e jovens para tal estilo de vida nefanda. Ou seja, vivemos um verdadeiro homoterrorismo…
Como tudo mudou em sete anos… É assustador assistir ao cumprimento de algo que foi “profetizado” em 1987 e foi lido durante um congresso pelo congressista William Dannemeyer. Afinal, o autor visado pelas palavras do Marcelo tinha razão e viu a realidade de hoje ao fazer a leitura correcta do avanço inexorável da agenda LGBTQIA+.
Voltando ao nosso tema, e tal como aconteceu com a homossexualidade e a transsexualidade, que de “parafilias” passaram a orientações sexuais, a pedofilia está a fazer o mesmo caminho e já há médicos, como o neurocientista Dr. James Cantor, prontos a afirmar que “a pedofilia começa no útero”, rendendo-se, mais uma vez, ao lobi.
Ao dizer que “Não há nada sobre um pedófilo que nunca tocou em ninguém, nunca assistiu a pornografia infantil, tem um padrão de interesse sexual que não pediu e do qual não se consegue livrar. O que é que ele fez de errado? O que estou culpando ?”, Cantor prepara o caminho para que os predadores sexuais de crianças sejam vistos como pessoas doentes que não conseguiram resistir à sua própria natureza e acabaram por ser vítimas disso.
Ok! Eu sei que o comentário dele pode parecer-nos muito justo… Afinal, se o pedófilo não molestou nenhuma criança e procura ajuda profissional para controlar os seus impulsos anormais…
Mas, quando leio o termo “ padrão de interesse sexual ” usado pelo neurocirurgião, não consigo deixar de perceber que é apenas outra maneira de dizer “orientação sexual”.
E, não duvide, a discussão sobre a pedofilia se iniciar no útero encaminham-se para esse desfecho.
Há anos que existe uma campanha, na Academia, para categorizar a pedofilia NÃO como um desvio sexual reprovável, digno do mais severo castigo, mas sim como mais uma orientação sexual.
Brevemente, se nada for feito para contrariar a tendência, a pedofilia será apenas mais uma orientação sexual legitimada pelas políticas identitárias de género. A mídia tem seguido activamente essa linha de pensamento.
Já em 2013, o Dr. Cantor foi citado pelo seu colega Dr. Michael Seto, na resposta à pergunta “A pedofilia é uma orientação sexual?”
Os pedófilos permanecerão escondidos se continuarem a ser odiados e temidos, o que impediria os esforços para compreender melhor esta orientação sexual e, assim, prevenir a exploração sexual infantil ”.
Entende?
Como é que se pretende proteger as verdadeiras vítimas – as crianças – colocando o rótulo de “orientação sexual” nos predadores?
As crianças, não os adultos pedófilos, são as vítimas vulneráveis e indefesas. O rótulo “orientação sexual” só serve para os transformar em vítimas dos seus próprios desejos descontrolados e contarão com a licença para agir de acordo com o seu novo status. De vis criminosos passam a ser vítimas do útero, de uma natureza que não conseguem controlar. Qualquer dia, as crianças serão as provocadoras que assediam os pedófilos despertando os instintos naturais de quem não tem culpa de ter nascido assim.
E nós, que odiamos a pedofilia e a destruição que provoca nas crianças vítimas dos predadores, caso não tenha percebido, também somos apontados como culpados por termos ‘medo e ódio’ dos pedófilos obrigando-os a ‘permanecer escondidos’. Entende?
Nós, que condenamos o abuso sexual de menores, não temos razões mais do que suficientes para nos sentirmos ameaçados por predadores sexuais e pelos danos que causam nas crianças?
Não serão sesses instintos fundamentais para a nossa sobrevivência?
Porque é que, de há algum tempo a esta parte, a conversa sobre a pedofilia mudou do abusado para o predador?
Será que as crianças não têm o direito de ser protegidas dos predadores?
Porquê tanta ênfase na protecção do criminoso?
No próximo post, veremos como Cantor reage à hipótese de os pedófilos integrarem o movimento LGBTQIA+