É comum ver nas notícias, casais famosos anunciarem a separação. O discurso tem sido sempre o mesmo: “nosso amor se transformou em uma linda amizade, continuamos nos amando, mas, em fase diferentes”.
É sério que alguém acredita nisso? Alguém compra essa história? Um divórcio é uma ruptura tão brusca quanto à morte. É uma morte em vida que arrasta não só os sonhos de duas pessoas que se tornaram uma, mas também destrói a perspectiva de família dos filhos, e em uma visão ampla, destrói as expectativas humanas como sociedade.
Quando colocam um glamour, um brilho, um valor no ato de divorciar-se, a decisão pelo divórcio passa a ser a primeira hipótese e não a última. Porque sempre dizem que o divórcio foi libertador, quando na verdade, só quem passa por ele sabe o quão devastador é.
Nunca ensinam o básico sobre casamento. E em uma sociedade cada vez mais egoísta, os noivos apaixonados entram em uma jornada em busca de autorrealização, em busca de terem todos os desejos atendidos. Esquecem-se que a receita para um casamento feliz é jogar fora o egoísmo e decidir fazer o outro feliz. Quando ambos decidem fazer dar certo, quando seguem os princípios básicos, e quando os dois decidem que vão fazer o cônjuge feliz, é que o casamento terá sucesso.
E tudo isso precisa ser decidido e conversado antes de celebrar o compromisso. Os limites, expectativas, sonhos, o caráter, princípios e valores devem ser reconhecidos e conversados antes de dar o importante passo do casamento. Mas, a sociedade ensina que o casal deve estar ocupado com outras coisas para não ter tempo, nem sabedoria para pensar sobre isso.
E assim, como no programa da tv, casam-se à primeira vista, ou ainda, moram juntos sem o compromisso do casamento, o que torna tudo ainda mais fluido e sem responsabilidade. Destroem a base, o significado e o sentido do casamento para depois dizerem que os casamentos não dão certo e que não são feitos para durar para sempre.
O casamento de verdade é sim feito para sempre. A figura alegórica que a sociedade tenta fazer parecer com casamento, realmente, nunca será. Mas, será bastante destrutiva para os envolvidos.
O casamento é o início da formação familiar, é a união de um casal que decide ser uma só pessoa diante de Deus e diante da humanidade. É importante que se tenha a noção de que o casamento é eterno, ainda que as figuras públicas e os “especialistas” digam que não. É preciso compreender que uma paixão e um “amor” emocionado não sustentarão esse passo importante se não houver uma decisão consciente de amar de verdade. Amar de verdade não é só sentimento, porque as emoções são voláteis, mas a decisão de amar no dia difícil, a decisão de não prolongar discussões e deixar o orgulho de lado para que a paz seja feita é uma decisão racional de fazer a família dar certo.
E pode parecer difícil dar o braço a torcer, pode parecer difícil abrir mão do orgulho, mas o resultado é a construção de uma base familiar forte e duradoura, e além, é a construção de pessoas fortes e emocionalmente estáveis.
Difícil mesmo é destruir uma família, difícil mesmo é terminar o que não pode ter fim. As dores emocionais, o sofrimento e as feridas causadas podem não cicatrizar, e além, podem gerar novas feridas desnecessárias.
O divórcio muito raramente é uma boa opção, em casos de infidelidade e agressão é justificável, fora isso, não há razão que o defenda como melhor opção para o ser humano. Mas a sociedade está sempre a defender atitudes que parecem modernas e inteligentes, mas que somente trazem sofrimentos e dores ao ser humano. Quem suporta as consequências dos atos, é quem os pratica, e nessa hora, a sociedade não estará lá para ajudar.
Fazer o que é certo pode parecer difícil, mas é a melhor alternativa para preservar a vida.