Carta a jovens em transição de género

Prisha Mosley, de 24 anos, sofria de uma série de doenças mentais quando era adolescente, incluindo anorexia, transtorno de personalidade limítrofe, transtorno obsessivo-compulsivo, ideações suicidas e depressão.

Apesar do seu historial bem documentado de problemas de saúde mental, um “especialista em género” e uma equipa de médicos recomendaram-lhe hormonas de sexo cruzado e uma cirurgia irreversível. Agora que voltou a viver como mulher, Prisha tem dificuldade em aceitar os danos físicos que estes supostos especialistas a encorajaram a fazer, enquanto adolescente com perturbações mentais e de género.

Esta é uma carta para os jovens em transição.

Se estão prestes a fazer a transição, especialmente se são menores de idade, por favor ouçam isto.
Antes de mais, não se pode mudar de sexo. Acreditem em alguém que já tentou, não podem.

Não existem menstruações trans, as mulheres trans não têm nenhum desses sintomas, não te vai crescer um pénis quando começares a tomar T (NT: testosterona), não te vão crescer glândulas mamárias, ovários ou útero com estrogénio.

Terás de fazer terapia de substituição hormonal para o resto da tua vida, independentemente de como isto corra, quer continues a fazer a transição ou não, para te manteres no seu caminho. Os efeitos secundários são graves. Sinto que só as pessoas que fazem a detransição é que falam dos efeitos nocivos e irreversíveis das hormonas do sexo cruzado, mas os efeitos secundários também afectam as pessoas trans que não fazem a detransição.

São alterações mentais, físicas e emocionais irreversíveis, a maior parte das quais são permanentes e mais graves quanto mais cedo se iniciam os tratamentos e quanto mais tempo se fica neles. Alguns destes efeitos secundários incluem deformação permanente devido à redistribuição dos músculos e da gordura, que provoca características desproporcionadas. Isto significa literalmente ter a forma errada para sempre. Ser desproporcionado causa falta de destreza e até dores crónicas, porque a tua estrutura original pode não ser capaz de suportar a nova distribuição de músculo e gordura. Não existe tratamento para este problema.

Outro efeito secundário grave é a infertilidade. Não me preocupei com isto até ser demasiado tarde. Fui enganada com a ideia de que isso não importava ou que podia congelar os meus óvulos (uns meros 150 000 dólares) e agora posso não ser capaz de ter os meus próprios filhos, limitando seriamente a minha lista de potenciais parceiros e o meu futuro.

Para além de perder a fertilidade, o teu desejo sexual vai mudar com as hormonas e isto sem falar na cirurgia. Pode tornar-te louco ou pode desaparecer completamente, mas será instável.

O sexo também será diferente para sempre. Se fores FTM (NT: Transição do sexo feminino para masculino), vai doer muito, não serás capaz de ter auto-lubrificação, o teu clitóris aumentado será demasiado sensível e doloroso ao toque e, eventualmente, a atrofia não permitirá a penetração.

Nunca sairás da linha de montagem, ela continuará a andar e a andar e mais de ti será mutilado, cortado e incinerado, até que o teu antigo eu desapareça e tu ainda tenhas de lidar com todos os teus problemas e traumas originais.

Só que num corpo diferente que já não é funcional.

A transição não é uma cura para a puberdade, não é uma cura quando nos sentimos mal connosco próprios.

Nenhuma criança nasce num corpo errado. A alteração médica permanente do teu corpo não te vai trazer paz ou euforia.


Tradução: Maria Azevedo (associada)
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