Seguindo o paradigma de Gramsci, a mente tinha de ser desnudada de toda a noção de transcendência – “não existe nada além da matéria do universo. Não há nada na existência que transcenda o homem — o seu organismo material no ambiente material”.[1] A noção pagã da separação de duas esferas (espiritual/material, céu/terra)[2] que sempre perseguiu o cristianismo ortodoxo desde o século I tinha de ser reintroduzida e reforçada:
“Em termos bem práticos, ele precisava conseguir que indivíduos e grupos em todas as classes pensassem sobre os problemas da vida sem referência ao transcendente cristão, sem referência a Deus e às leis divinas. Precisava fazer com que reagissem com antipatia e oposição positiva a qualquer introdução dos ideais cristãos ou da transcendência cristã no tratamento e solução dos problemas da vida moderna.”[3]
O aqui e agora deveriam ser absolutizados e transformados no ponto de referência para tudo o que pensássemos ou fizéssemos.
“Tudo deve ser feito em nome da dignidade e dos direitos do homem, e em nome da sua autonomia e liberdade de qualquer restrição externa. Principalmente das reivindicações e restrições do cristianismo.”[4]
Gramsci teve sucesso? Seja você mesmo o juíz:
- O que alguém faz na sua vida privada não altera a sua capacidade de governar.
- Tudo é uma questão de sexo, até mesmo o adultério.
- Religião e política não se misturam.
- Você não pode impor a sua moralidade aos outros.
- Você não pode legislar a respeito de moralidade.
- A religião não pode ser tratada em sala de aula; é um assunto particular.
- Existe uma separação entre a Igreja (Deus) e o Estado.
A transcendência não é mais um ponto de referência viável nas escolas públicas americanas. Toda a vida é imanente, isto é, tudo o que importa é este mundo. Actualmente, nos países onde há maiorias de esquerda, as escolas públicas são assombradas pelo fantasma de António Gramsci e o espectro da sua imagem ronda as suas paredes.
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[1] Martin, The Keys of This Blood, p. 251.
[2] V. Peter E. Gillquist, Why We Havent’t Changed the world (Fleming H. Revell, 1982), p. 43.
[3] Martin, The Keys of This Blood, p. 251.
[4] Martin, The Keys of This Blood, p. 251.
Copiado do livro: Quem controla a Escola Governa o Mundo, Gary DeMar, p. 28-30