Marcha silenciosa em várias cidades. “As crianças não são do Estado, são nossas”
O movimento “Acordai! Pelas nossas crianças” e a Associação Família Conservadora, entre outros, promovem o protesto em Braga, Viana do Castelo, Porto, Lisboa e Faro. Objectivo: contestar a imposição da “ideologia de género” na escola pública e alertar as famílias para a “endoutrinação” dos alunos.
O movimento «Acordai! Pelas nossas crianças» – apartidário e que agrega várias associações do país – organiza este sábado uma «marcha silenciosa» contra a imposição da lei de autodeterminação de género na escola pública.
Os promotores dizem que se pretende alertar as famílias para a «endoutrinação» dos alunos e marcaram o protesto para Braga, Viana do Castelo, Porto, Lisboa e Faro.
Em declarações à Renascença, Cibelli Almeida, uma das coordenadoras da marcha em Braga e vice-presidente da Associação Família Conservadora, diz que «é ideologia pura que está a ser colocada nas cabeças das crianças, confundindo-as».
«Essa doutrinação clara», acusa, está a fazer da escola «um campo político», mas «as crianças não são do Estado, são nossas». Em causa está a abordagem da «sexualidade» em «idade precoce» nas escolas, muitas vezes «com o desconhecimento e à revelia dos pais», sublinha aquela responsável, para quem «há dois sexos claramente definidos, homem e mulher. A partir daí, as pessoas inventam inúmeros géneros. Isso confunde as crianças e nós não queremos que as crianças estejam nesse ambiente».
Sob o lema «A família educa, a escola ensina», a marcha silenciosa pretende ser um «protesto da sociedade civil» contra a lei de autodeterminação de género na escola pública, que prevê, entre outras coisas, a escolha de um nome próprio neutro e a criação de casas de banho e balneários mistos nos estabelecimentos de ensino. Cibelli Almeida não esconde que isso, em particular, é uma preocupação. «Uma das coisas contra a qual estamos a lutar é a ideia de casas de banho mistas. Trata-se de uma medida que não é sensata, nem é segura para as crianças».
No início do ano a lei de autodeterminação de género na escola pública foi devolvida pelo Presidente da República ao Parlamento, para apreciação, mas «os deputados dos partidos responsáveis pela lei mantêm a intenção de concretizar a sua agenda» depois das eleições de 10 de março, sublinham os promotores do protesto marcado para este sábado, acrescentando que «à luz do que já vimos acontecer em vários países que fizeram este caminho, é hora das famílias se levantarem e expressarem o seu desacordo».
A «marcha silenciosa pelas nossas crianças» tem início previsto para as 15h00 deste sábado: em Viana do Castelo o encontro está marcado para a Praça da República, com desfile até ao Parque da Marina; no Porto irá da Rua de Santa Catarina até à Câmara Municipal; em Lisboa começa no Parque Eduardo VII e marcha até ao Rossio; em Braga, decorre ao longo da Praça da República; e em Faro começa junto ao Tribunal (Rotunda das Flores) para terminar no Jardim Manuel Bívar.