Harry Potter e os prisioneiros do ridículo

Desde o ano passado, a escritora da saga de Harry Potter tem sido acusada de transfobia, após ter respondido no Twitter a um artigo com o título ‘Creating a more equal post-COVID-19 world for people who menstruate’.

O pecado de J.K Rowling foi ter afirmado que as pessoas que menstruam são as mulheres.

Rapidamente tivemos várias iniciativas de boicote aos livros da saga Harry Potter. No lançamento do trailer do novo filme de Fantastic Beasts, o nome de Rowling foi praticamente apagado pelos produtores, com medo dos danos que a menção poderia causar. Vários atores do filme, incluindo Daniel Radcliffe e Emma Watson, criticaram Rowling pelas suas declarações no Twitter. Ao mesmo tempo, os anúncios que promovem o documentário produzido pelo HBO – que marca a celebração dos 20 anos da saga – têm excluído a autora. 

Rowling sofre o cancelamento cultural, somando um conjunto de episódios de perseguição ideológica um pouco por todo o lado, tudo porque se limitou a fazer uma constatação da realidade.  Contudo, tal afronta não podia passar em branco de quem decidiu construir um mundo, tendo como base um insulto aos nossos olhos.  Atualmente, o único dogma existente é o de podermos ser tudo e o seu contrário, onde as possibilidades são infinitas.

Podemos passar a percecionar o céu como rosa e não azul; uma tangerina pode passar a ser uma maçã e uma pessoa que menstrua não tem de ser necessariamente uma mulher.

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